O secretário estadual de Educação de Minas Gerais, Igor de Alvarenga, esteve em Poços de Caldas na manhã desta quarta-feira (11) para acompanhar o andamento do caso do ataque ocorrido no dia anterior na Escola Profissional Dom Bosco.
Em entrevista coletiva, Igor afirmou que a intenção da equipe presente na cidade é dar apoio à comunidade escolar, aos pais dos alunos e a todos envolvidos na situação. “Nossas condolências à família do estudante. Este é um momento que nos dói muito, este é um momento que a gente trabalha para fortalecer ainda mais a acolhida dos estudantes nas nossas escolas, independente de qual rede de ensino ele está”, disse.
O secretário demonstrou ainda o apoio para o acolhimento dos demais estudantes no retorno às aulas na próxima semana, além de destacar os trabalhos já desenvolvidos ao longo do ano para promover segurança.
Igor destacou a coragem de Laura Maria Garcia, de 17 anos, monitora de uma van, que também saiu ferida. “Laura teve um ato de bravura e conseguiu segurar o adolescente que cometeu o ato, queremos aqui valorizar este ato e dizer que estamos aqui para apoiar as famílias”.
O prefeito Sérgio Azevedo (PSDB) também comentou sobre melhorias nas áreas de segurança e educação. “Estamos consternados, já estive no velório e falei com os pais do adolescente que veio a óbito. A polícia faz bem o trabalho dela e agora precisamos melhorar o serviço da nossa Guarda Municipal para melhorar a segurança do município de forma integrada”.
A diretora da escola, Maria José, também participou da coletiva. Visivelmente abalada, ela pontuou que a escola nunca abaixou a guarda e que está pronta para intensificar as ações de segurança. Ela ainda agradeceu o apoio que tem recebido. “É preciso ressaltar o trabalho da responsável pela van e pais que ajudaram na contenção, além da mãe do infrator, que é uma pessoa grata à escola e que o transferiu para uma escola de período parcial porque era pesado para ele o período integral. Ele não foi expulso”, relata.
Polícia
A coletiva também contou com a presença do tenente coronel Afrânio Tadeu Garcia, comandante do 29º Batalhão de Polícia Militar, e do delegado Cleyson Rodrigo Brene, da Agência de Inteligência da Polícia Civil, responsável pelas investigações.
O comandante relatou os primeiros passos dos militares, que prenderam o autor e deram suporte ao socorro dos alunos. Ele destacou ainda que a PM tem estreito contato com toda a rede de educação e tem monitorado todas as suspeitas, por menores que sejam, para evitar que fatos dessa natureza aconteçam.
Sobre as investigações, Cleyson esclareceu que foi montada uma força-tarefa. “Uma equipe ficou responsável pela análise dos dados das câmeras de segurança e entrevistas com as testemunhas, pessoas que estavam no local e militares que efetuaram o atendimento inicial. Uma equipe esteve na residência do adolescente infrator juntamente com uma equipe completa de peritos, para uma análise minuciosa do quarto do adolescente, onde foram arrecadados cadernos e gravuras que vão subsidiar a investigação. Uma terceira equipe conseguiu localizar o aparelho celular do investigado, que foi levado após a detenção dele. Outra equipe foi designada para analisar o aparelho celular e unimos força com o Ministério da Justiça, que nos deu acesso ao laboratório de crime cibernético, inclusive com acesso às redes sociais do adolescente”, explicou o delegado.
As investigações mostram que o infrator não possui um histórico criminoso de violência, mas de transtornos mentais e episódios no início deste ano envolvendo questões familiares, em especial com a mãe.
Internação
O infrator foi apresentado na delegacia e autuado em flagrante por ato infracional. O depoimento dele foi gravado, na presença de seu representante legal, e por volta das 4h desta quarta-feira ele foi encaminhado para o presídio, onde permanecerá à disposição da justiça.
O delegado explica ainda que há uma rede integrada das forças de segurança e secretarias estaduais para uma internação do adolescente em um Centro de Atendimento para Menores Infratores.
“A decisão do juiz determina que ele fique pelo prazo de cinco dias no presídio, até a identificação de uma vaga, que já está sendo providenciada. Nos próximos dias, talvez até hoje, já teremos a informação sobre a localidade para onde ele será encaminhado”, esclareceu.
Caso uma vaga seja determinada para o infrator, a medida cautelar prevê um prazo de 45 dias, quando deverá ocorrer uma decisão definitiva que pode mantê-lo detido por até três anos.