Servidores e servidoras do IFSuldeMinas, campus Poços de Caldas, decidiram, em assembleia realizada na última quinta-feira (28), aderir à paralisação nacional dos servidores públicos federais, que acontecerá na próxima terça-feira (3). Entre as principais reivindicações estão a reposição das perdas salariais acumuladas, a recomposição do orçamento da educação e o arquivamento da Reforma Administrativa (PEC 32).
Em decorrência da adesão à paralisação, o campus Poços de Caldas não terá atividades administrativas e acadêmicas terça-feira, voltando a funcionar normalmente no dia seguinte.
Reivindicações
O serviço público federal passou por um longo período de congelamento salarial, entre os anos de 2017 e 2022. Mesmo com o reajuste de 9% concedido pelo Governo Federal este ano, a defasagem continua grande. As perdas salariais dos técnicos-administrativos em educação chegam a 53%, enquanto professores acumulam prejuízos de 39%.
As mesas de negociação abertas pelo Governo Federal, após anos de reivindicação dos sindicatos, têm apresentado poucos avanços. O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) enviado ao Congresso Nacional prevê um pequeno valor para recomposição salarial do funcionalismo que, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), seria suficiente para dar um aumento salarial inferior a 1% em 2024.
Além disso, o orçamento da educação federal segue bastante defasado, após anos sucessivos de cortes e bloqueios, o que prejudica e precariza a prestação de serviços.
Por fim, a Reforma Administrativa (PEC 32) ameaça gravemente o serviço público tal como construído desde a promulgação da Constituição Federal, em 1988. Caso aprovada, a estabilidade da maioria dos servidores seria extinta, exceção feita às carreiras típicas de Estado, que atualmente compõem a elite do funcionalismo.
