O Diário Oficial trouxe importantes publicações nesta terça-feira (28). Além de determinar as regras para flexibilização do comércio, o prefeito Sérgio Azevedo (PSDB) também criou o Comitê Municipal Extraordinário de Apoio à Iniciativa Privada. Para entender melhor o trabalho do comitê, o Poços Já conversou com o presidente, Thiago Mariano, que também é secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho.
Thiago, que assumiu a secretaria no início do mês, é formado em administração pela PUC Minas, cursou MBA em gestão empresarial na Fundação Getúlio Vargas (FGV), foi gerente comercial do Banco Mercantil do Brasil e fundou o Clube de Empresários, do qual foi presidente.
A entrevista foi realizada a distância, via WhatsApp, devido à pandemia de covid-19. Leia na íntegra:
Poços Já: Qual avaliação que você faz da economia local nesse momento anterior à reabertura do comércio?
Thiago Mariano: A economia local foi fortemente afetada. Mas sabemos que isso tem acontecido a nível mundial. Temos observado comércios fechando as portas, e isso é muito triste. É necessária muita união entre a iniciativa privada e o Poder Público para darmos uma resposta rápida e efetiva para os empresários, profissionais e trabalhadores neste momento.
Poços Já: A secretaria tem um levantamento de quantas empresas locais foram fechadas e quantas pessoas foram demitidas no período de pandemia?
Thiago Mariano: O Sebrae estima que 600 mil empresas fecharam as portas no país por decorrência da pandemia. Não temos os números locais ainda, mas andando nas ruas é possível ver que realmente nossa economia está sofrendo os impactos. Sabemos de grandes empresas que fizeram demissões. O que posso dizer para a população é que estamos acompanhando de perto, criamos o Comitê de Economia e com isso daremos uma resposta firme para minimizar esses impactos e preparar Poços para uma retomada robusta quando possível.
Poços Já: A reabertura das lojas será suficiente para retomar o crescimento ou serão necessárias outras medidas?
Thiago Mariano: Ainda que a reabertura já seja um grande alívio para o empresário que estava com seu negócio parado, ela não será suficiente para retomar o crescimento. As pessoas estão com medo. Com a criação do Comitê de Economia, o poder público se junta à iniciativa privada para criar ações, propor diretrizes e mecanismos para, de maneira emergencial, minimizar os danos, e, posteriormente, estarmos preparados para voltar a crescer.
Poços Já: Com quais medidas o comitê pode ajudar nesse processo?
Thiago Mariano: Uma das principais medidas é uma grande campanha de incentivo ao consumo local. Nós queremos conscientizar a população que, principalmente neste momento, é importante manter o dinheiro circulando no município. Os nossos comerciantes, produtores, industriais, estão sofrendo fortemente o impacto, e com essa campanha podemos minimizar os danos. Além disso, com o dinheiro aqui os impostos também ajudarão a prefeitura a ter condições de superar as dificuldades.
Poços Já: Os trabalhadores também serão auxiliados? Além do mutirão no Poços Fácil, há outras medidas programadas para os trabalhadores?
Thiago Mariano: Sim. No Poços Fácil teremos um grande apoio aos pequenos empresários, e também aos trabalhadores que por acaso estão em dificuldade. Poderemos auxiliar os empresários através de uma triagem para entender onde podemos atuar. Daí encaminharemos aos nossos parceiros, Sebrae, Caixa, OAB, Sind. Contabilistas, etc.
Poços Já: O setor cultural também tem sofrido com a suspensão dos trabalhos. O comitê vai olhar para a classe artística? Por que não há um representante da cultura no comitê?
Thiago Mariano: São diversas classes que estão sendo impactadas. E temos um olhar especial para a Cultura. O Secretário Ricardo Fonseca Oliveira representará a classe artística no Comitê.
Poços Já: Certo, mas o Ricardo será nomeado posteriormente? Inicialmente teria membro do conselho de cultura no comitê, isso será mantido?
Thiago Mariano: Ricardo será nomeado, mas já participa hoje da reunião do comitê. Será ele o representante da Cultura.
Poços Já: Até o momento, as medidas anunciadas pelo governo federal, como o Auxílio Emergencial, não têm conseguido conter a crise. O que mais precisaria ser feito pelos governos federal e estadual?
Thiago Mariano: Quem tem a chave do cofre é o Governo Federal. Apesar de ter proposto diversas medidas, o empresário tem encontrado dificuldade em acessá-las. Seria necessária uma flexibilização das regras bancárias de modo que o empresário que mais precisa tenha acesso. Já o Auxílio Emergencial chegou a boa parte da população informal e desempregada, entretanto alguns ainda não conseguiram ou estão com dificuldades. Por isso, a Secretaria de Promoção Social estará conosco para auxiliar as pessoas que têm direito e ainda não conseguiram o Auxílio.