São caninos, bovinos, equinos, répteis e aves. O salvamento de animais vítimas da tragédia no Córrego do Feijão, distrito de Brumadinho (MG), é feito por profissionais voluntários e organizado em três etapas, que vão do resgate à internação.
Quando o animal sai da lama, vai direto para um hospital de campanha montado em um ginásio do Córrego. Os profissionais são voluntários, mas toda a estrutura é paga pela Vale, com equipamentos e remédios. Dali, os pacientes são encaminhados para uma fazenda, em Brumadinho, onde recebem o tratamento e são acompanhados de perto em outro hospital veterinário.
Conversamos com o médico veterinário que coordena o atendimento inicial. É o presidente da Associação Nacional dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais de Minas Gerais (Anclivepa-MG), Abílio Rigueira Domingos.
Assim que aconteceu o rompimento da barragem, dia 25 de janeiro, Abílio iniciou os trabalhos. Ele ficou responsável por cadastrar os médicos veterinários que se dispunham a ir a campo. Foram mais de 500 mensagens no primeiro dia, e mais de duas mil no total.
A preferência foi para quem estava por perto, principalmente na capital mineira, mas também vieram muitos profissionais dos estados de São Paulo e do sul do país. “Foi assustador o volume de pessoas querendo ajudar”, lembra.
Eutanásia
Quando questionado sobre os casos de eutanásia, que foram motivo de crítica e polêmica na mídia nacional, ele é categórico: “Essa é a parte mais difícil da profissão”.
Abílio explica que cada caso é analisado por um grupo de profissionais, que buscam interromper o sofrimento do animal em casos sem salvação. “Para um animal ser sacrificado, especificando o abate com arma de fogo, uma junta de veterinários analisou a situação. O animal que era inacessível, mesmo que resgatado, não teria condições de vida. Quando está na lama por um período longo, o animal começa a ter alterações metabólicas, renais, que inviabilizam a vida dele. É uma forma de poupar o sofrimento, isso está respaldado em lei. Se três veterinários, ligados à causa animal, decidiram isso, o mínimo que as pessoas têm que pensar é que eles têm motivos para tomar essa decisão”.
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