O pré-candidato a deputado federal pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), Geraldo Thadeu, não se considera um político tradicional. Ex-prefeito de Poços de Caldas e deputado por três mandatos, ele acredita que ainda tem muito o quer fazer pela região e afirma que não foi ‘nem prefeito, nem deputado federal de uma bandeira só’, por isso defende que é preciso trabalhar pela saúde, educação e infraestrutura, preservando o direito das pessoas e em busca de bons resultados para a população.
Ele afirma que, se eleito, vai criar um projeto de lei para que o Judiciário seja independende. Essa é mais uma entrevista da série com os pré-candidatos realizada pelo Poços Já Política. Leia na íntegra:
Poços Já Política: Por que se candidatar a deputado?
Geraldo Thadeu: Como ex-prefeito de Poços de Caldas e também com três mandatos de deputado federal eu me considero preparado, me considero estimulado de enfrentar mais uma candidatura a deputado federal. Eu sempre tenho comigo que nós temos sempre que trabalhar com uma equipe, uma equipe competente, dedicada, que tem envolvimento, e o que é meu desejo, e sempre foi na política, foi de servir e ser útil à sociedade. Quando eu iniciei como prefeito, como deputado federal, eu não prometi muito não, mas os resultados foram extraordinários. Por quê? Determinação, trabalho, dedicação, simplicidade, humildade, ir atrás, pegar as oportunidades, buscar onde tinha condições de trazer alguma coisa.
PJP: Você se considera de direita, de esquerda ou centro?
GT: Eu sou republicano. O republicano, eu poderia dizer que ele procura realmente o bem do país, o que é bom pra população, independente de uma posição de esquerda, de centro ou de direita. Porque o republicano respeita a todos, pode não concordar com as outras ideias, com as outras posições, mas ele respeita e ao mesmo tempo procura o caminho do bem-estar da população, do avanço, de melhoria. Por exemplo, eu estou em um trabalho e às vezes o meu partido é oposição ao governo, mas eu tenho um bom relacionamento com o governo porque sempre respeitei o governo. Eu sempre vejo que a gente tem que trabalhar pela população e pelo país.
PJP: Quais as suas principais bandeiras?
GT: Eu não fui nem prefeito, nem deputado federal, de uma bandeira só. É interessante que as conquistas nossas foram muito importantes, como prefeito municipal, por exemplo, o que eu fiz? Eu tinha lá o meu programa de governo, obras que a cidade necessitava, mas antes de tudo, quando eu comecei o governo, eu me reunia com as comunidades dos bairros e dali saíam as obras importantes. Eu chegava lá no Conjunto Habitacional, na Zona Sul, o que é importante ali? E aí eles me indicavam, e assim nós fomos atrás. Como deputado federal também, eu não tenho bandeira só da saúde, eu tenho da saúde, da educação, da infraestrutura, das rodovias, das universidades que nós conseguimos, de ajuda, de recuperar dezenas de hospitais da região que nós recuperamos com as emendas parlamentares.
PJP: Como conciliar os interesses do partido e dos seus eleitores?
GT: Eu vejo que você estando lá é muito diferente. Eu que vivi 12 anos no Congresso Nacional e muitos projetos de lei atingem diretamente a vida do cidadão, a gente tem que tomar cuidado. Já vivemos num país com muita dificuldade, com a carga tributária terrível, metade do que você paga em um produto, qualquer produto que você vai comprar quase que a metade é imposto e isso atinge muito a população. Então eu vejo que nós temos que conciliar, criar normas, leis novas importantes, que avancem. Combate à criminalidade, combate à corrupção, isso é fundamental e hoje em dia mais ainda, mas nós temos que preservar os direitos das pessoas, isso é muito importante.
PJP: O que é mais importante para você: legislar ou captar emendas parlamentares?
GT: Eu fui um deputado federal por três mandatos, muito dedicado, eu participava das comissões, fui presidente da Comissão de Minas e Energia e fui participante durante o tempo todo da Comissão de Saúde e da Comissão de Direitos Humanos, sempre participei. Participei em nove CPI’s, a de mais expressão foi a dos Correios, que resultou no mensalão e de lá que foi para o Supremo o resultado, que foi a prisão de várias pessoas e no esclarecimento de várias contas. Então, eu legislei, eu trabalhei na questão da saúde, da educação, principalmente da educação, mas também eu procurei o cuidado de preservar os direitos do cidadão brasileiro.
PJP: Considerando as mudanças recentes, como a diminuição no tempo de campanha, qual sua estratégia para alcançar o maior número de eleitores e municípios?
GT: Eu confio muito no trabalho que eu realizei, trabalho que eu realizei durante os 12 anos como deputado federal. O trabalho foi muito marcado, como eu disse, junto comigo, ao meu lado, de uma equipe muito competente e que me dava a oportunidade de realizar muito. Eu trabalhei muito, eu não sou de prometer. Por exemplo, aconteceu que Poços de Caldas há décadas sonhava com uma universidade federal e a gente achava impossível. De repente o governo federal lançou a expansão da universidade federal. Eu corri lá, transformamos a Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas, a EFOA, em Unifal. O primeiro campus foi em Poços, o segundo foi em Varginha. O Instituto Federal foi a mesma coisa, o CEFET não era possível trazer, mas aí saiu o Instituto Federal e nós fomos lá, conseguimos. É inédito, é a única cidade do país a receber um campus de Universidade Federal e um Instituto Federal também. Então o meu trabalho é assim, de oportunismo, de ir atrás, de saber a hora e buscar, na área da saúde, das rodovias que recuperamos totalmente da nossa região, com um custo de R$ 170 milhões, foi um trabalho muito duro. Então eu sou de trabalhar, de ir atrás, de buscar e de ter resultado.
PJP: Poços passou os últimos anos sem representantes, inclusive devido ao número de candidatos nas últimas eleições. Você estaria disposto a se unir a algum candidato, ou abdicar de sua candidatura, pelo bem da cidade?
GT: Se eu sentir sinceridade das pessoas, dos pré-candidatos de abrir mão, de doação, para o bem de Poços de Caldas, pode contar comigo. Mas que uma discussão nesse nível seja acima de qualquer vaidade, seja acima de qualquer posição de alguém que queira levar vantagem. Eu, por exemplo, fui deputado federal três mandatos, no último dividimos votos e perdemos. Agora eu já tive várias conversas. ‘Agora não é hora de você sair, agora é outro candidato’. Eu só poderia ser deputado três mandatos e depois acabou? Acho que não, tem que ir para um nível superior, um nível de situar, de olhar para a cidade realmente. Se eu sentir que existe esse clima, eu topo conversar.
PJP: Qual o seu posicionamento sobre a reforma política?
GT: Se for uma reforma política que o Congresso Nacional vai fazer, não sai. Não sai, e se sair é em favorecimento da classe política. O Brasil tem que mudar, tem que ter um presidente com coragem para enfrentar a reforma política. Eu quero colocar um projeto, se eleito, em que o judiciário seja totalmente independente, que os Ministros de Justiça, do Supremo, do STJ, Procurador da República, não possam ser indicados pela classe política, que ele seja galgado ao posto de ministro, de desembargador, através de mérito, de concurso dentro da classe, que sejam realmente independentes. Amanhã, o ministro do Supremo vai lá julgar um ex-presidente ou um presidente, que lá no fundo foi ele que indicou, foi esse presidente que indicou para ministro e esse ministro vai julgá-lo depois. Isso constrange, no mínimo. Até é ruim para o próprio juiz, é ruim para o judiciário, e nós temos as consequências.
PJP: Como tem sido sua atuação junto ao seu eleitorado desde as últimas eleições para que seu nome permaneça em evidência?
GT: Eu tenho mantido contato. Eu, como fui prefeito de Poços de Caldas e depois três mandatos de deputado federal, sou uma pessoa muito conhecida. As pesquisas que nós realizamos, no passado, chegava em Poços de Caldas e o nível de conhecimento era de 98%. Eu terminei meu mandato e fui cuidar da minha vida, fui trabalhar. O presidente dos Correios, que é meu amigo, passando uma dificuldade muito grande, com os Correios em uma situação crítica, me chamou para ajudar a fazer alguma coisa pelos Correios e pra lá fui. Mas fiquei em contato esse tempo todo com o Congresso Nacional, porque eu trabalhava do lado do Congresso e toda semana visitando a Câmara dos Deputados, os gabinetes, conversando com os deputados colegas, com senadores também. Enfim, eu me mantive, eu acredito que eu esteja altamente atualizado em todos os assuntos que se referem à politica brasileira. Aqui na comunidade eu tenho a minha residência em Poços, tenho também a residência em Alfenas, e eu tenho mantido isso até com sacrifício para não abandonar a base.
PJP: Você é um político tradicional, mas existe uma tendência de eleitores que buscam renovação. O que você tem a dizer para essas pessoas?
GT: Eu até acho que não sou politico tradicional não, eu acho que eu sou de uma idade mais avançada, porém, de uma ação política mais moderna, mais recente. Eu trabalhei como dentista durante 31 anos na minha profissão. Eu nunca fui político, eu entrei para a política verdadeiramente como candidato a prefeito de Poços de Caldas. Agora, valorizo a renovação, desde que ela venha com cuidado, com preparo, com comprometimento, com a nova política que nós queremos para o país, não vá pensando que vai levar vantagem na política pessoal. Isso não, pode largar mão.
Acho que a gente tem que servir e ser útil à população. Eu sou rotaryano e no Rotary eu aprendi um lema desde que eu entrei: ‘dar de si, sem pensar em si’. Eu sou realizado, sou realizado como dentista, fui realizado como prefeito e fui realizado como deputado federal e ainda estou na política, querendo continuar na política porque eu sei que eu tenho muito o que fazer ainda.