Marangélika Hermínio tem 39 anos, é enfermeira, casada e tem três filhas. Está como pré-candidata a deputada estadual pelo Partido Social Liberal (PSL) e escolheu seguir esse caminho por “não se sentir representada”. Membro da direita, como ela mesma se define, defende a diminuição de impostos no estado, apoia Jair Bolsonaro para a presidência e acredita que trazer indústrias para Minas Gerais pode gerar mais emprego e renda.
Essa é a primeira entrevista da série com pré-candidatos de Poços de Caldas a deputado estadual e federal, nas eleições 2018.
Confira a entrevista na íntegra:
Poços Já Política – Porque se candidatar a deputada?
Marangélika Hermínio – Porque eu não me sinto representada por quem está lá. Eu não concordo com o rumo que a política do Brasil tomou, eu sempre gostei de política, sempre acompanhei política e estou vendo que a política está cada vez mais contra a população do que a favor. Eu não me sinto representada, eu não sinto meus pacientes, meus amigos e minha família representados.
PJP – Você se considera de direita, de esquerda ou centro?
MH – Direita, sem dúvida.
PJP – Quais são as suas principais bandeiras?
MH – Diminuir impostos de combustíveis e ICMS, porque o combustível é o que faz com que tudo fique mais caro no nosso país, nosso estado tem o segundo ICMS mais caro do país, então a gente precisa diminuir isso pra que chegue no bolso da população. Eu sou completamente contra a ideologia de gênero na escola, a escola é o lugar que você vai aprender, a escola foi feita para ensinar e quem vai fazer a parte de educação é a família. Eu quero trazer para Minas mais indústria, Minas perdeu muitas indústrias e é com o número maior de indústrias a gente consegue melhorar o PIB e o IDH, trazer mais emprego, emprego direto gera empregos indiretos. Trinta horas da enfermagem e piso salarial, o setor público está sucateado. Essas são algumas das minhas bandeiras.
PJP – Como conciliar os interesses do partido e dos seus eleitores?
MH – A maioria dos eleitores tem um viés comum com o partido, porque a maioria dos eleitores está cansada dessa roubalheira que está lá. A gente espera renovar bastante quem está lá que fez coisa errada. A maioria dos eleitores também quer um Brasil mais justo, um Brasil mais honesto, um Brasil que vá pra frente e não um Brasil que fique estagnado do jeito que está. A gente não concorda com o fato de o poder subir à cabeça, nem o toma lá dá cá, então a maioria dos eleitores quer o que o partido também quer.
PJP – O que é mais importante para você: legislar ou captar emendas parlamentares?
MH – Os dois são importantíssimos, mas a legislação é muito importante porque você capta com um bom trabalho. Agora, se você não tiver uma boa legislatura, você não vai conseguir captar nada, não vai conseguir trabalhar com nada.
PJP – Considerando as mudanças recentes, como a diminuição no tempo de campanha, qual sua estratégia para alcançar o maior número de eleitores e municípios?
MH – Então, a minha estratégia é ser o que eu sou. Eu tenho contato com algumas pessoas, eu morei em muitos lugares em Minas Gerais porque o meu pai era policial militar. Eu vou pra onde eu conheço e as pessoas me conhecem, e as pessoas que me conhecem vão falar bem de mim porque eu sou super transparente, eu não escondo o que eu falo, às vezes eu cometo sincericídio por ser muito transparente. Então a estratégia é pedir ajuda de quem me conhece, ir aos lugares e mostrar as minhas propostas.
PJP – Poços passou os últimos anos sem representantes, inclusive devido ao número de candidatos nas últimas eleições. Você estaria disposta a se unir a algum candidato, ou abdicar de sua candidatura, pelo bem da cidade?
MH – Com certeza! Essa é uma pergunta que eu respondi inclusive entre os meus colegas da enfermagem. Não é um projeto pessoal meu, é um projeto para que a gente possa ver melhorias no nosso estado. Minas Gerais está caindo muito, Minas Gerais está perdendo muito, então eu quero uma Minas que seja soberana, eu quero uma Minas que seja boa, eu quero uma Minas que eu tive na minha infância, na minha adolescência. Então, abdicar do meu cargo, abdicar da campanha sem problema nenhum, desde que seja por alguém que realmente vá fazer, porque falar todo mundo fala, eu quero ver alguém que vai fazer. Se for uma pessoa que realmente vá fazer, sem sombra de dúvida.
PJP – Enquanto deputada estadual, como você poderia contribuir para o repasse de verbas da saúde, o pagamento dos servidores e outras questões referentes ao Executivo?
MH – Então, a questão dos repasses, nós, hoje, em junho, nós estamos com seis bilhões de repasses atrasados e tem sim que ter uma fiscalização de como está sendo gasto, onde está sendo gasto e por que está sendo gasto. Não é justo. Eu sou enfermeira, por mais que eu honre minha profissão eu não trabalho de graça, eu tenho contas a pagar, assim como outros servidores. Nós tivemos casos de servidores que se suicidaram porque não tinham como pagar as contas. Minas está fazendo isso porque está com gestão ruim. O que é uma ideia, uma proposta: é trabalhar a gestão, fiscalizar quem está gerenciando o dinheiro, fiscalizar a Secretaria de Fazenda, onde estão sendo feitos os gastos. O Portal da Transparência não é tão transparente assim. É fiscalizar e sugerir, aqui não tá legal, aqui precisa mais, aqui precisa menos. Com verbas que a gente vai ter dá pra justificar, vamos gastar em tal lugar, não vai gastar em outro lugar. Priorizar o que é necessário, sem prejudicar o servidor público. É absurdo um servidor público estadual ter que ter outros e outros empregos porque o patrão, que é o estado, não paga, o patrão combina uma coisa e não faz. Então a gente tem que ter, sim, metas a cumprir e a gente tem que visualizar como pessoa, não dá pra visualizar só como uma empresa. O estado é uma empresa, mas a gente é uma empresa que trabalha com pessoas. Educação, saúde, segurança, infraestrutura são fundamentais, se isso não estiver funcionando bem, nada mais funciona.
PJP – Em suas redes sociais é possível perceber que apoia o pré candidato à presidência da república Jair Bolsonaro. Você concorda com todas as ideias dele?
MH – Ninguém concorda com todas as ideias de ninguém, né? Nem mãe e filho concordam com todas as ideias. Mas, de todos os candidatos que estão aí, o Jair Bolsonaro, sem sombra de dúvida, é o que mais me representa. Eu acompanho Jair Bolsonaro desde 2003, acompanho de já ter estado com ele, acompanho de já ter conversado com ele. Ele me representa muito, não totalmente, mas muito do que eu quero para o meu país e, infelizmente, as pessoas não têm muito o hábito de pesquisa e acabam caindo numa história inventada de que ele é isso ou é aquilo, o que não é real.
PJP – Se eleita, qual seria o seu primeiro projeto de lei?
MH – Rever para diminuir o ICMS do estado. Esse é o primeiro, principal, porque eu acredito que uma vez que você consiga diminuir o que o povo tem que tirar do bolso, você consegue aumentar a arrecadação porque vai aumentar o giro que vai ter de compra, de venda, de frete, de todos os outros serviços. Com isso, você consegue ter uma máquina funcionando melhor. A gente pode enxugar, tem muito de onde tirar, nós estamos gastando demais da conta, não é necessário dois helicópteros para o estado, não é necessário pro governador, enquanto a população mal tem UTI. Dá pra enxugar, sim, dos gastos do estado e dá pra diminuir, sim, a arrecadação que o estado faz em cima do povo diretamente.