Para quem anteriormente havia realizado uma aula de MMA, esse novo desafio da série Repórter Fitness foi muito mais tranquilo, mas não menos emocionante. A convite do professor de educação física Wagner Sidney Silva, participei da 10ª Caminhada Ecológica Subida ao Cristo do Colégio Nini Mourão, que aconteceu semana passada.
Cerca de 200 pessoas, entre alunos e familiares, participaram do passeio, um dos mais bonitos da cidade. A concentração começou às 8h30 na Fonte dos Amores, ponto turístico de Poços que dá acesso à Trilha do Cristo, de quase um quilômetro, com 257 metros de inclinação, no coração da Serra de São Domingos, até a estátua do Cristo Redentor, no alto da montanha.
Na largada, uma grande festa. Muita música, aquecimento com a professora Maristela, presença da imprensa, da Guarda Municipal e do Corpo de Bombeiros, que foi para dar segurança e conscientizar os participantes. “As crianças são o futuro da nossa sociedade e a gente veio mostrar para eles a importância de preservar a natureza, não colocar fogo na mata, não sujar e não deteriorar o que a gente tem de mais bonito em Poços de Caldas, que é a mata de São Domingos”, destacou o sargento Carlos Rodrigo Alves, que acompanhou a turma na subida.
A trilha do Cristo é de nível médio, não é tão difícil para quem costuma fazer esporte, mas para quem é sedentário pode ser um desafio bem complicado. Saí mais ou menos no meio da pequena multidão de 200 pessoas. A trilha tem um pequeno trecho na área da Fonte dos Amores, até começar uma subida mais forte, onde as pessoas menos acostumadas normalmente diminuem o ritmo.
Até pouco mais da metade do caminho, o caminho é feito entre árvores, com temperatura agradável, onde se pode ver vários animais da fauna local, pássaros, quatis e macacos. Dessa vez, talvez pelo grande movimento de pessoas, a quantidade de animais que vi foi reduzida, mas nada que diminua a beleza do local.
A parte mais complicada é a clareira. Principalmente quando está calor, esse último pedaço da trilha é bem cansativo, com uma parte, onde você perde a vista da estátua do Cristo, bem íngreme, mas nada que não possa ser superado por pessoas de todas as idades.O lado bom desta parte da trilha é que se pode ver em quase sua totalidade a cidade de Poços de Caldas, outrora mais bonita, hoje tomada de prédios por todos os lados.
Uma paisagem impressionante, que mostra também o lado ruim do crescimento urbano. A chegada deixa as pessoas cansadas, mas o vento da montanha ameniza o calor e dá mais coragem para terminar. Uma dica para quem vai subir a trilha é levar bastante água e, de preferência, fazer isso ou no início da manhã ou do meio da tarde para o final, fugindo do sol mais nocivo à pele.
Cheguei no final da trilha, no pé da estátua do Cristo, com o tempo de 33min e 54 seg. Trata-se de um tempo bem razoável, levando em conta que tive que passar por muitas pessoas que estavam na minha frente. Para ter uma ideia, o pessoal que foi mais rápido, como o jornalista Thiago Quinteiro, que foi o incumbido de ir na frente, chegou com um pouco mais de 25 minutos. “Cansei demais, mas tive que acompanhar a criançada, que subiu a todo o vapor”, me disse Thiago já no alto da montanha.
Ao chegar, fui recebido pelo presidente da Fungotac, Dino Arruda, e fui direto para a mesa de frutas montada pelo pessoal da escola para os participantes da caminhada. Me deliciei com abacaxi, melancia e laranja, entre outras. Ótima reposição de líquidos para quem participou de uma atividade tão desgastante.
A turma não parava de chegar. Enquanto esperava, conversei com a aluna do terceiro ano Evelyn Nicole Sanches Secundini, de oito anos. Ela era só alegria após sua primeira experiência na Trilha do Cristo. “É muita cansativo, mas é muito legal. Gostei muito da parte que dá para ver a cidade. Subi devagar mas consegui chegar bem”, me disse a jovem.
Os últimos a completar a trilha foram o fotógrafo Luciano Santos, do jornal da Mantiqueira, que estava lá para documentar o evento, e o professor Wagner Sidney Silva, organizador da Subida, que teve que ir por último fechando o grupo, sem deixar ninguém para trás. Eles chegaram após cerca de uma hora e meia de caminhada, tempo que geralmente as pessoas menos condicionadas fazem ao subir a trilha.
“São 10 anos fazendo esse acontecimento na cidade, dez anos apresentando para muitas crianças essa Serra de São Domingos, que é maravilhosa. Muito legal para as crianças todo esse contato com a natureza, ainda mais ao lado dos amigos e familiares. Quero agradecer a todos que nos apoiaram”, destaca Wagner.
Com todos no alto da montanha, foi realizado um sorteio de brindes e, após isso, a descida foi feita pela estrada que, aliás, estava fechada para os carros com o apoio do Demutran. Tranquilidade para todos que estavam descendo, já que esse é um ponto complicado deste passeio, pois, quando a estrada não está fechada, o risco de acidente é muito grande, com pedestres dividindo a pista com carros e bicicletas, algo que deve ser repensado pelas nossas administrações públicas.
De qualquer forma, o passeio da Trilha do Cristo é maravilhoso, o visual de trás da Serra é um dos mais bonitos do Brasil. Uma ótima pedida para turistas e para os moradores de Poços, que moram em um dos melhores lugares para a prática do esporte ao ar livre do mundo. Agradeço ao convite do Colégio Nini Mourão e parabenizo a todos que participaram por terem mantido a trilha limpa, já que muitas pessoas que usufruem desse lugar lindo não têm a mínima consciência nem a noção de preservação, deixando lixo para trás. Que mais eventos como esse aconteçam na cidade, dando informação e mostrando a importância de cuidar de nossas riquezas naturais. E que venham os próximos desafios do Repórter Fitness.