Embora não seja tão conhecido quanto outros problemas da visão como a miopia e o astigmatismo, o ceratocone é uma doença ocular muito comum. Geralmente é descoberta ainda na adolescência e infância. A doença provoca o afinamento dia córnea, responsável pela nossa visão. Esse afinamento causa mais dois problemas, o astigmatismo e a miopia. Ainda não foi descoberta uma maneira de prevenir o ceratocone, mas sabemos que as causas dessa doença estão ligadas a genética e pode piorar se a pessoa vier o hábito de coçar os olhos. Se não tratada corretamente e acompanhada de perto ela pode levar à cegueira. Com o avanço das tecnologias, a pessoa que possui ceratocone tem conseguido superar os problemas da visão por meio das lentes esclerais. Quem explica a doença e as novas lentes é o oftalmologista Dr. Carlos Aterje.
A principal queixa de quem sofra do ceratocone é o alto grau de miopia e astigmatismo que provoca. A pessoa passa, com o astigmatismo, a enxergar borrado, com visão bastante turva, como uma tv mal sintonizada. Além desse sintoma, ela tem ainda dificuldade de definir objetos distantes, sintoma clássico da miopia. São dois problemas de visão combinados e causados por uma terceira doença. A questão é que com o passar dos anos e hábitos como coçar os olhos, o grau acaba aumentando. Geralmente os óculos só são indicados no estágio inicial. Mas a grande maioria tem que utilizar lentes de contato.
“Atualmente nossos pacientes têm optado e gostado muito das lentes esclerais para esse tipo de caso. Essas lentes são maiores do que as tradicionais, se adaptam melhor ao formato dos olhos e são feitas justamente para pessoas que antes tinham dificuldade de aceitação à lente tradicional. O diferencial da lente escleral é que ela abrange até a parte branca do olho, melhorando a visão e reduzindo o incômodo. Os óculos limitam o campo de visão, já as lentes oferecem o campo de visão que uma pessoa sem problemas tem. A durabilidade dela é grande, em média dois anos. Além do uso desta lente, nós tomamos uma série de medidas que melhoram a vida do paciente com ceratocone”, explica Dr. Aterje.
O ceratocone é classificado em quatro estágios. Quando o paciente chega ao Centro Oftalmológico Carlos Aterje, ele passa por uma bateria de exames. “O primeiro é onde medimos o grau. Depois fazemos a medida da visão, onde notamos que a pessoa não enxerga bem mesmo com os graus oferecidos. Prosseguimos então para a lâmpada de fenda, em que passamos a considerar o ceratocone. Feito isso, ainda há um exame especifico que se chama topografia de córnea, onde será visto o desenho dela para saber qual o formato. Desta maneira, detectamos o ceratocone. Quando nota-se que há irregularidades geralmente a córnea é bicuda cm formato de cone”.
Então, nos estágios um e dois é indicado o uso de lente de contato e acompanhamento ao oftalmologista a cada seis meses para monitorar a evolução do ceratocone, lembrando que ele pode levar à perda da visão. Já no estágio três podemos fazer uma intervenção com riboflavina, vitamina B2, juntamente com um ralo ultravioleta para fortalecer a córnea e evitar que ela entorte com o passar dos anos. Ainda no estágio três é possível fazer outro procedimento cirúrgico, que é o implante do anel intra-estromal, em que se abre a córnea, fazendo uma remodelagem dela, deixando-a menos curva. Os dois procedimentos duram em média 30 minutos e a recuperação é rápida.
Já no estágio quatro, que é o mais avançado, a única solução é o transplante de córnea. O ideal é que não deixe o problema chegar a esse ponto. Portanto, se há casos de ceratocone na família, o ideal é que as consultas com o oftalmologista comecem ainda na infância e com regularidade de seis meses. Quanto antes iniciado o tratamento melhor será a qualidade de vida da pessoa que sofre desse mal.
Serviço
O Centro Oftalmológico Carlos Aterje fica na rua Ceará, 188, segundo andar. Mais informações pelo telefone 3722-2808.
Fonte: Revista A Clínica