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Poços de Caldas

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Mais transparência e menos gabinete

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Vereador já trabalhou como assessor parlamentar.

Quando o assunto é juventude e renovação na Câmara Municipal, um dos nomes mais citados é o de Lucas Arruda. Candidato pela primeira vez, foi o segundo mais votado, eleito em Poços de Caldas com 2.280 votos.

Mas a juventude não significa despreparo ou inconsequência, Lucas parece saber muito bem o que faz. Tem experiência no Legislativo, como assessor parlamentar, nos âmbitos municipal, estadual e federal. Para os próximos quatro anos, quer mais transparência e que os vereadores saiam dos gabinetes ao encontro do povo.

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Poços Já: Como começou o seu interesse pela política?

Lucas: O interesse pela política vem desde pequeno, desde criança eu sempre gostei de acompanhar política. Me lembro que com oito anos eu já gostava de assistir horário político. Morava na zona rural mas fazia questão sempre de acompanhar. É um interesse que eu não sei explicar como que começou, mas eu gostava de política. Fui crescendo e querendo aprender mais, estudar mais sobre política. Eu fui vendo que a política era uma ferramenta que podia transformar a vida das pessoas, então isso foi fazendo com que eu realmente quisesse um dia entrar nesse meio.

Poços Já: E aí como foi a sua caminhada até chegar a ser eleito vereador?

Lucas: Eu fui aluno do professor Flávio da quinta à oitava série, na zona rural, lá na Fazenda Lambari. Nesse período eu conheci ele. Depois, lá na frente, quando ele foi candidato a vereador, eu e um grupo de ex-alunos dele nos juntamos e fizemos a campanha dele. Aquilo foi o comecinho, na prática, sobre política. A gente começou a fazer a campanha voluntariamente e foi uma campanha vitoriosa. Depois eu comecei a trabalhar na assessoria, na Câmara Municipal, então esse foi meu começo ativamente na política. Depois eu tive uma atuação bastante importante no movimento estudantil de Poços de Caldas. Fui presidente do Diretório Acadêmico de Administração, da PUC, e depois presidente do Diretório Central de Estudantes da PUC, que tinha por volta de cinco mil associados.

Poços Já: Você foi assessor parlamentar também.

Lucas: Sim, eu trabalhei primeiro com o professor Flávio, por dois anos e meio, depois eu fui trabalhar com o deputado federal Odair, por dois anos e meio, e por último um ano e meio com uma deputada estadual, Geisa Teixeira. Pude conhecer um pouquinho do Legislativo nos âmbitos municipal, estadual e federal. Acho que isso foi bacana também para poder agora colocar meu nome à disposição para o Legislativo aqui da cidade.

Poços Já: Chega mais preparado.

Lucas: É, eu acho que na vida a gente tem sempre que aprender muita coisa. Mas isso não deixa de ser uma experiência bacana para que você não entre no Legislativo sem saber do que se trata, como são os caminhos que você deve tomar ali dentro. Você tem que aprender, mas pelo menos já tem uma base para fazer o seu trabalho.

Poços Já: Como foi o processo de decidir ser candidato?

Lucas: Eu não decido sozinho ser candidato, eu sempre quis fazer um projeto coletivo. Então eu busquei as pessoas que viveram uma parte da vida junto comigo, em alguns momentos que eu fiz política. Essas pessoas me incentivaram muito a sair com essa candidatura. Eu pude fazer com que um grupo grande de pessoas, que acreditavam no projeto, viesse para me ajudar na campanha. Essas pessoas levaram minha campanha, que foi bastante intensa na internet, na zona rural, no meio estudantil. Esses são os três fatores mais fortes, mas foi uma campanha que envolveu a cidade toda. Eu não paguei ninguém para fazer campanha para mim, distribuir material, e tive muita gente fazendo isso voluntariamente. Eu acho que esse foi um fator que me ajudou muito nessa campanha, tive muita gente que realmente abraçou esse projeto.

Poços Já: Quais vão ser as suas prioridades enquanto vereador?

Lucas: Meu objetivo é exercer de fato o papel do vereador: fiscalizar o Executivo, propor leis e estar atento às demandas da população. Acho que o Legislativo tem um papel fundamental em exigir a transparência do Poder Executivo. Hoje a prefeitura de Poços de Caldas está, no ranking mineiro, quase em 800 no ranking de transparência. Isso é inaceitável. Gostaria muito de ampliar o Parlamento Jovem, que é um projeto do vereador Flávio que trabalha com as crianças e adolescentes nas escolas ensinando cidadania, ensinando sobre os três poderes, o papel do cidadão. Eu acho que esse é um caminho muito bacana para que a gente possa realmente educar a nossa sociedade e trazer o pessoal para a responsabilidade de exercer a sua cidadania.

Poços Já: Você faz parte de uma eleição marcada pela renovação na Câmara.

Lucas: Isso reflete o anseio da população por mudança. Em todas as eleições todo mundo fala “vamos mudar, vamos mudar”, mas até hoje nunca aconteceu. E nessa aconteceu de fato, então acho que a gente tem que saber fazer essa leitura porque é isso que a população espera. O momento político que nós estamos vivendo hoje é muito complexo, cheio de denúncias, cheio de maus exemplos. Então eu acho que as pessoas quiseram apostar em quem ainda não foi testado. Com essa renovação, a esperança aumentou bastante. E com isso aumenta a nossa responsabilidade. Quanto maior a esperança, maior a cobrança.

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Lucas Arruda quer aproximar a Câmara da população.

Poços Já: Como você avalia a legislatura atual?

Lucas: Eu acho que essa última legislatura fez o seu papel, mas eu acredito que os vereadores precisam estar mais próximos da população. A gente vê que tem um outro vereador que exerce o papel, mas no geral fica um pouco aquém. Tem um projeto bacana, que inclusive era do vereador Flávio, que era o Câmara nos Bairros, que eu gostaria de propor, que é levar a Câmara em determinados momentos para os bairros, para mostrar para a população que ela pode chegar até a Câmara, que deve exigir que a Câmara trabalhe. O papel do vereador não é arrumar os problemas, executar melhorias para a cidade, mas levar as demandas do dia a dia, saber fazer a leitura das angústias da população para levar para o Executivo e exigir que aquilo tenha o andamento adequado. Aproximar a Câmara da população seria muito importante. Acho que nesse sentido a Câmara poderia ter feito um pouco mais.

Poços Já: Ser mais jovem também ajuda para conseguir mudanças.

Lucas: Eu acho que a questão da idade é importante, mas a mentalidade é mais importante ainda. Independente da idade, nós precisamos de pessoas que queiram fazer a boa política. Aquela política de você chegar na população e sempre falar a mesma coisa, o pessoal está cansado disso. A gente tem que estar próximo da população todo o tempo e o fato de ser mais novo dá um dinamismo maior para a gente correr atrás das coisas. Pode ajudar sim, mas independente da idade a mentalidade precisa ser diferente.

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