A polêmica declaração do vereador Paulo Tadeu (PT), publicada em seu perfil do Twitter no último sábado (12), foi comentada durante a sessão da Câmara Municipal desta terça-feira (15). O parlamentar alega que tem sido vítima de agressões após a postagem e que não se referia aos manifestantes, mas a um grupo “minoritário, sectário e intolerante”.
O tweet refere-se à manifestação realizada no domingo e diz “Atenção coxinhas: a manifestação é democrática, mas no domingo conservem nossas praças e jardins: não pisem, nem comam a grama”. O vereador ainda disse que vê com naturalidade que haja reação ao comentário, mas que o padrão das postagens de convocação para a passeata também havia sido agressivo.
Em entrevista, ele definiu coxinhas como pessoas com “ódio de pobre e inveja de rico”. “Eu não me referi aos manifestantes e muito menos ao povo de Poços de Caldas, me referi especificamente a esse grupo minoritário, sectário, intolerante, que precisa entender que o bem maior que nós temos é a democracia, a convivência, o respeito pelas pessoas. Estão tentando de novo me caracterizar como agressivo. Tipo assim: nós batemos em você, mas se você reagir é agressivo”, disse Paulo Tadeu.
Após a polêmica criada pela publicação, o ex-prefeito disse que tem sido alvo de ofensas nas ruas. “Nesse caso a vítima sou eu. Ao longo da semana eu fui covardemente agredido com palavras de baixo calão, com gente passando de carro e gritando palavrões em minha direção pelo fato de ser petista. Eu não vou aceitar que tentem transformar isso em uma agressão particular ao povo de Poços de Caldas. Se alguém lá, muito mais sensível, se sentiu ofendido, eu não tenho nenhuma dificuldade em apresentar desculpas”.
Quebra de decoro
O vereador Marcos Sansão (PSDB), um dos organizadores da manifestação, fez uma solicitação à Corregedoria da Câmara para que fosse apurada a possível quebra de decoro parlamentar. Segundo ele, muitas pessoas o procuraram por terem se sentido ofendidas. Para a presidente do Legislativo, Regina Cioffi (PPS), essa é uma possibilidade. “Nós já consideramos que tem uma possibilidade, sim, de ser considerada falta de decoro parlamentar. As providências serão tomadas de acordo com a legalidade e com a ética que devem prevalecer nessa casa de leis”, explica a presidente.
Ainda durante a sessão desta terça-feira, Paulo Tadeu se defendeu. Para ele, essa acusação é “um absurdo, completamente irrelevante”.