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Poços de Caldas

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“Está cada vez mais forte a ideia de preparar a saída”, diz Paulo Tadeu sobre futuro na política

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Paulo Tadeu foi prefeito de Poços de Caldas e hoje é vereador.
Paulo Tadeu foi prefeito de Poços de Caldas e hoje é vereador.

Paulo Tadeu dispensa apresentações. Conhecido pelo intelecto e pela eloquência, foi líder do Executivo poços-caldense de 2001 a 2004. Na terceira entrevista da série com ex-prefeitos, ele resume as principais conquistas do seu mandato e destaca a importância da participação popular na gestão.

Atualmente é vereador e conta que começa a pensar na saída da vida política, mas sabe que é difícil fazer previsões e reafirma o compromisso com o prefeito Eloísio Lourenço na busca pela reeleição. Para que o PT tenha mais uma vitória nas urnas em 2016, Paulo Tadeu acredita que sejam necessárias mudanças na gestão da comunicação na prefeitura. Além de comentar sobre o presente, ainda lembra dos bastidores das eleições anteriores, como a possível aliança entre PT, PSDB e PMDB em 1996, e a impossibilidade de recontagem dos votos na mesma eleição.

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Poços Já: Quando foi sua primeira candidatura a cargo político?

Paulo Tadeu: Na condição de militante eu praticamente participei de todos os processos eleitorais desde 1982, com clareza de que não tinha nenhuma chance, mas era preciso somar votos para que alguém fosse eleito. A primeira eleição que eu disputei entendendo que eu tinha alguma chance foi a de 92, como candidato a vereador. Eu fui o quinto mais votado, nós não fizemos legenda para dois. Embora haja algo muito estranho nesse processo eleitoral porque no primeiro dia de apuração eu tinha surpreendentes 17 votos por urna. Eu era o mais votado no primeiro dia, para no segundo dia de apuração não ter voto nenhum. Ainda assim eu fiquei em quinto lugar.

Poços Já: Em 1996, a diferença foi pequena.

Paulo Tadeu: É uma história que precisa ser contada. Acho que no ano que vem, eu estou reunindo alguns documentos, talvez até publique um pequeno livro sobre essa história de 1996. Eu fui candidato a prefeito como reação a um descumprimento de acordo político que a gente vinha costurando há um ano, para lançar uma candidatura única de oposição que representasse o PMDB, o PSDB e o PT. Era muito mais fácil para a gente, em 96, essa unidade com o PSDB, porque nós tínhamos uma origem muito próxima. Tínhamos até o nome, que era o Sebastião Abrantes. De última hora houve uma traição, em que o PSDB preferiu se associar ao PFL e lançar um candidato numa lógica e num discurso estranho. Nós ressurgimos contra isso, eu fui candidato e eles tripudiaram sobre a minha pretensão. E eu venci aquelas eleições, tenho convicção de que ganhei aquelas eleições com cinco ou seis mil votos de diferença, mas eu perdi na apuração. Com escândalos absurdos, como urnas com 300 eleitores registrados e 370 cédulas, não fechava a contabilidade, urnas sem voto branco, urnas com uma quantidade imensa de votos nulos. Os meus adversários na época contrataram os melhores advogados do Brasil para impedir uma simples recontagem de votos.

Poços Já: Não houve recontagem?

Paulo Tadeu: Não houve recontagem. Eles conseguiram impedir a recontagem, numa circunstância em que o procurador-geral da república, que era uma figura muito associada ao PSDB, deu um parecer demolidor em favor da recontagem. Ele dizia que era absolutamente inaceitável que houvesse discrepância na contabilidade dos votos. Aí já em 2000 nós vencemos as eleições com folga, tive praticamente quase que o dobro de votos do segundo colocado. Quase cinco vezes mais votos que o terceiro colocado.

Poços Já: O seu governo era muito voltado para a participação popular.

Paulo Tadeu: Foi um governo fortemente participativo. Por exemplo: nós criamos um Fórum Permanente da Cultura, para que a gente pudesse construir não uma política definitiva, mas uma política permanente de cultura. Nós criamos também o Fórum Permanente da Educação. Toda a construção das políticas pedagógicas do município foi trabalhada incessantemente com participação dos professores, de alunos, de pais de alunos. Somos uma das primeiras cidades do Brasil a ter um Plano Municipal de Educação. Uma outra característica de participação foi o Orçamento Participativo. Fiz dois orçamentos com mais de três mil pessoas. Três mil pessoas dando palpite, compreendendo o que é um orçamento. Nós dividimos a cidade na época em sete mesorregiões urbanas, uma mesorregião rural e em todas elas nós fizemos assembleias. As duas grandes riquezas eram a apropriação da condução do processo de orçamento e também a solidariedade entre as mesorregiões. Eu conduzi reuniões em que uma região abriu mão de uma obra em benefício de outra, que era mais carente. Isso aconteceu duas ou três vezes.

Poços Já: O que você poderia destacar, que foi realizado na sua gestão?

Paulo Tadeu: Houve um esforço muito grande de convencer as pessoas, não pelo discurso mas pela prática, da importância das águas. Nós desenvolvemos uma política de águas interessantíssima, que também tinha o caráter participativo. Eu busquei, por exemplo, apoio nas empresas, especialmente nas mineradoras. Eu não tinha uma relação de hostilidade, trouxe as mineradoras para a cooperação. Conseguimos fazer em Poços de Caldas, no período em que estive na prefeitura, um plantio de quase um milhão de árvores em áreas de nascentes, com a contribuição das grandes empresas. Nós construímos na época cerca de cinco mil bacias de contenção de água. Nós fizemos o desassoreamento da Saturnino de Brito, que está assoreada de novo, infelizmente. Eu interceptei todo o esgoto de Poços de Caldas. Se você olhar algumas soluções criativas, em algumas margens de rio você vai encontrar canos implantados na margem do rio. Ao invés de construir grandes emissários, de fazer trincheira, buraco, nós colocamos esses pequenos emissários à margem do rio, sem grandes intervenções urbanas. Eu demarquei a Serra de São Domingos e criei a Guarda Verde, todo um projeto de gestão. Interceptamos esgoto do Bortolan, toda aquela região do Bortolan jogava esgoto na barragem. O resultado simbólico desse processo foi que no final do meu governo nós tínhamos piracema nesses rios pobres que cortam a cidade. Dentro desse processo também nós fundamos o Jardim Botânico. Do ponto de vista das bibliotecas, nós reformulamos a Biblioteca Centenário, reformulamos a biblioteca do Monjolinho, fundamos a Biblioteca da Zona Sul e criamos a Biblioteca Móvel.

Poços Já: E quanto ao distrito industrial?

Paulo Tadeu: O distrito industrial foi um projeto de 92, 93, do estado, que não deu certo. Aquilo era arrendado para plantio de batata. O estado não tinha interesse em implantar o Distrito Industrial em Poços. Nós adquirimos a área e conseguimos implantar já com a primeira empresa no meu governo. Depois ficou parado, a legislação mudou e agora o Eloísio recuperou com brilho o Distrito Industrial.

Mandato de Paulo Tadeu como prefeito foi de 2001 a 2004.
Mandato de Paulo Tadeu como prefeito foi de 2001 a 2004.

Poços Já: A área de educação também teve destaque.

Paulo Tadeu: Tínhamos um problema, na área de educação, que era a formação dos professores. Os professores tinham um prazo para cursar nível superior, para continuar regendo salas. Como é que nós resolvemos isso? Fizemos um acordo com a Universidade Estadual de Minas Gerais, um convênio com a Autarquia Municipal de Ensino, e trouxemos o curso de pedagogia que está aí até hoje formando fundamentalmente professores para a rede municipal. Ainda no campo da educação, nós criamos o Plano Municipal da Juventude. Nós chegamos a ter cinco mil crianças em horário integral, nas escolas. Alunos que ao menos duas ou três vezes por semana tinham atividades em seu contraturno. Na época estabelecemos um convênio de formação esportiva com a Caldense e chegamos a ter duas mil crianças de bairros pobres frequentando a Caldense, com formação esportiva, voleibol, judô, futebol de salão, basquete. Essa fundista poços-caldense, a Tatiele, tem origem no plano Municipal da Juventude, assim como outros.

Poços Já: Como era a situação financeira da prefeitura?

Paulo Tadeu: Era um período muito difícil, com muito poucos recursos, muito pouco dinheiro. Ainda sim nós demos início à avenida Alcoa, praticamente 60% da abertura da segunda pista de terraplanagem foi feita na nossa administração. Poços de Caldas tinha muito loteamento irregular, e ninguém se atrevia a resolver. Regularizamos cerca de 20 loteamentos, inclusive o Morada dos Pássaros. Nós pagamos todos os precatórios, não tivemos aquela visão de que ‘é do prefeito antigo, não vou fazer’. Pagamos praticamente na sua totalidade.

Poços Já: E na saúde?

Paulo Tadeu: Retomamos as obras do Hospital da Zona Leste e transformamos no Hospital da Mulher e da Criança, totalmente equipado. O Hospital Margarita Morales era um hospital de 600 metros, nós ampliamos para mil e quinhentos metros.

Poços Já: Houve uma polêmica também com os artesãos da feira da Praça Pedro Sanches.

Paulo Tadeu: Em meados dos anos 70 constituíram ali uma feira de artesanato que foi crescendo. Politicamente, as pessoas foram sendo incorporadas nessa feira, não tinha espaço e começaram a asfaltar os canteiros. A Praça Pedro Sanches era um simulacro do que tinha sido, uma praça horrorosa, na verdade era um pátio de feira. Nós enfrentamos essa questão, não foi uma questão fácil. Imagina lidar com 400, 350 expositores que não queriam sair de lá. Tinham um grande poder de mobilização, de conquistar a solidariedade ativa de outras forças políticas. Mas nós conseguimos tirá-los de lá. Desde o primeiro momento eu fui muito claro, falando ‘vocês não voltar’. Fui muito objetivo e muito honesto nesse aspecto. Aí nós restauramos a praça, devolvemos no seu conceito original e fizemos todo esse trabalho de cabeamento subterrâneo. Essas luminárias que temos nas ruas Assis, Rio de Janeiro. A São Paulo era o único trecho que já existia, feito pelo Luiz Antônio. Depois o Navarro deu continuidade na Junqueira e outros trechos.

Poços Já: O senhor foi o primeiro candidato à reeleição. O que acha que deu errado na campanha?

Paulo Tadeu: Em toda campanha a gente fazia um programa de 13 pontos. Quando eu perdi a eleição fiz uma lista de 13 erros. Digo para você que se apenas um deles não fosse cometido nós teríamos vencido. Nós só perdemos por 600 votos. O primeiro grande erro foi que, por razões alheias à minha vontade, a discussão sobre o vice-prefeito foi muito antecipada. Em julho de 2003 já se começou a discutir quem seria o meu vice e isso criou uma circunstância em que pessoas potencialmente apoiadoras se colocassem na condição de futuro vice. Não obtendo segurança em relação a isso, deixaram de me apoiar depois. O outro grande problema que nós tivemos é que o nosso vereador mais votado, que era o Paulinho Courominas, deixou o PT. Mas não apenas deixou o PT, ele foi ser vice dos nossos adversários. Alguém que teve três mil votos como vereador certamente levou minimamente de seis a oito mil votos para o outro campo, como candidato majoritário. Os nossos adversários perceberam isso claramente quando buscaram aliciar, seduzir o Paulinho para o projeto deles. Eles sabiam desse impacto, dessa força política que o Paulinho tem até hoje. O mais doloroso desse processo é que nós, durante o período eleitoral, nunca estivemos atrás em pesquisas como o Ibope colocava na televisão. Nós tínhamos pesquisas próprias que demonstravam que estávamos muito mais próximos. Nós tínhamos uma estratégia para ser usada na última semana, quando saiu um IBOPE de que a diferença do Sebastião Navarro para mim tinha aumentado. Registramos uma pesquisa com o melhor instituto de pesquisas que o Brasil tinha na época, o Toledo e Associados, que, a seis dias da eleição, apresentou uma pesquisa em que nós estávamos quase seis porcento na frente. Nós desmobilizamos a estratégia da última semana. Na quinta-feira o Toledo comunicou que tinha havido uma falha no cálculo de campo e que nós estávamos ainda dois porcento atrás. Essa desmobilização da estratégia não foi possível mais a gente recompor, isso foi um estrago. Um azar. De certa forma, aquele resultado mostrou que a população aprovou o nosso governo.

Poços Já: Na eleição…

Paulo Tadeu: Só para terminar. Eu também não posso desconsiderar a força política do meu adversário. O Sebastião Navarro é um político com muita força, tem consistência eleitoral. Embora extremamente conservador, é um sujeito culto, tem conhecimento. O embate e o debate com o Sebastião Navarro não são fáceis. Sem nenhuma presunção, não é pra qualquer um. Ele era apoiado, evidentemente, por ele próprio, pelo vice, que era o vereador mais votado na eleição anterior, por todos os ex-prefeitos vivos, com exceção de um, deputados e ex-deputados. Compuseram um arco, uma aliança muito grande. Arco de aliança que reproduziu em 2008 e levou o Paulinho à prefeitura. E quando não reproduziram em 2012 eles perderam.

Ex-prefeito conta que começa a pensar em sair da política.
Ex-prefeito conta que começa a pensar em sair da política.

Poços Já: Ano passado tivemos muitos candidatos fortes e por isso ninguém foi eleito para deputado. Esse seria mesmo o motivo? Qual a sua avaliação?

Paulo Tadeu: Eu acho que sim, que tem esse aspecto da divisão do número de candidatos aqui em Poços. Mas eu acho que não é o mais importante. Eu acho que Poços está perdendo importância geopolítica. Nós ficamos muito espremidos aqui na fronteira, enquanto cidades como Pouso Alegre, Varginha, Alfenas, São Sebastião do Paraíso, Passos, que são cidades que têm grandes lideranças políticas, têm todo um entorno mineiro. A nossa fatia mineira aqui está muito reduzida, então nós precisamos recuperar a nossa posição geopolítica mais estratégica porque senão nós vamos provavelmente estar condenados à sub-representação, seja na Câmara Federal ou na Assembleia Legislativa.

Poços Já: O senhor pretende se candidatar novamente a algum cargo político?

Paulo Tadeu: Política é uma coisa muito engraçada. Racionalmente, eu acho que estaria hoje preparando a saída. Afinal, de militância efetiva já são 45 anos, com todas implicações e sacrifícios. Mas o campo da racionalidade na política é muito estreito e muito frágil, então não devo sair agora, pelo menos. Mas posso dizer que no ano que vem eu tenho um compromisso com o Eloísio. Acho que ele tem todo o direito de pleitear a reeleição, entendo que ele tem grandes chances se fizer alguns ajustes sobretudo no diálogo institucional com a sociedade, na comunicação. Se ele fizer alguns ajustes eu vejo o Eloísio com grandes chances de ser o primeiro prefeito reeleito de Poços e vou estar com ele nesse processo. Provavelmente, me candidatando novamente à Câmara. Mas está cada vez mais forte a ideia preparar a saída, para contribuir de outras formas. Eu tenho três ou quatro livros começados.

Poços Já: Estes ajustes que o senhor sugere que o Eloísio faça, quais são exatamente?

Paulo Tadeu: Entendo que a comunicação, a relação com a sociedade, com a população, tem que ter uma outra dinâmica. Um outro componente. Ele ganhou a eleição porque foi muito comunicativo. E o governo dele tem que ser comunicativo, sobretudo agora. Poderia ter sido desde o começo. Ele teve dificuldades iniciais com agência e com a própria política de comunicação, mas eu acho que ele tem que dar uma dinâmica de fazer a população perceber as mudanças que Poços teve na administração dele. Eu posso afirmar com toda convicção que o Eloísio conseguiu implantar uma das melhores atenções básicas do Brasil em Poços de Caldas. Mas que se não for bem comunicada ela só é lembrada quando dá defeito. A política de educação também é referência. Hoje ele tem perto de 14 mil estudantes em horário integral. Como a questão da saúde, isso só vai ser notícia se um dia uma escola fechar um período. Tem que mostrar esta questão com muita convicção, com muita força. Inclusive tendo o orgulho de ter feito. Talvez pela postura modesta, talvez ele não tenha se apropriado dessa grande obra que ele fez na saúde e na educação. Essa conquista da faculdade de medicina é um negócio que temos que chacoalhar. Toda hora as pessoas tem lembrar. Quando podíamos imaginar? Isso é conquista dele. A política de desenvolvimento econômico pela primeira vez tem rumo. Poços de Caldas é uma espécie de contramão, porque o tumulto criativo, desenvolvimentista do distrito industrial, é fantástico. São 23 empresas que assinaram convênios. Essa questão tem que ser mostrada, porque senão a notícia é a linha da Alcoa que fecha. Esse ajuste é que eu acho que ele deve fazer. É não ter medo de dizer “eu fiz, eu realizei”. Eu tenho certeza que ele deve ter a mesma avaliação. Talvez ele ainda não deva ter encontrado a forma de projetar isso mas, se ele fizer, não temos como projetar porque eleição é muito difícil, eu tenho a convicção de que ele estará reeleito.

Poços Já: O senhor era o candidato natural do partido em 2012. Por que o Eloísio foi escolhido?

Paulo Tadeu: Nós tínhamos pesquisas que demonstravam claramente que eu tinha grandes chances. Fizemos uma pesquisa em dezembro de 2011 em que eu tinha intenções de votos iguais às do Geraldo Thadeu, em torno de 30%. Mas eu entendia que havia espaço para renovação. Teríamos que compor a chapa com alguém que pudesse somar votos, sobretudo na classe média alta. E nós trabalhamos esta perspectiva. Mas os nossos adversários foram muito competentes. Eles conseguiram isolar o PT. No final de junho, fizemos uma pesquisa em que o Geraldo mantinha uma intenção de voto acima de 30% e eu ficava na casa dos 24%, o que é um grande começo. Mas me ocorreu que sem uma coligação não seria possível. Se o PT lançasse a minha candidatura, ele não conseguiria me agrupar. A ideia de lançar um candidato novo estimularia a disputa entre eles (Geraldo Thadeu e Paulinho Courominas). Estava muito claro já. E a estratégia deu certo.

Poços Já: Poços tem um sério problema quanto a arrecadação. Como resolver esta questão, na sua opinião?

Paulo Tadeu: Primeiro é apostar no desenvolvimento mesmo. Segundo, identificar empresas de grande porte aqui instaladas que recolhem impostos em outras áreas, negociar a transferência de suas matrizes pra cá. Terceiro ponto é adotar tecnologias para acabar com a sonegação do sistema financeiro, uma das grandes vergonhas nacionais. Outra questão é rever a planta genérica de valores dos imóveis. Se não fizermos uma revisão, que não é feita há 18 anos, manteremos uma dupla distorção. Primeiro, grandes imóveis, sofisticados, plantados em regiões nobres da cidade, pagando menos IPTU do que uma casa de classe média, que é nova, em bairro novo. A outra distorção, ainda mais grave, é que este dinheiro falta para atender à população mais pobre. É um gesto de coragem, mas que tem que ser feito. Outra questão é buscar fomentar o turismo e adotar tecnologias de arrecadação. Você traz o turista, é bem verdade que ele traz renda, mas o tributo acaba não chegando na sua integralidade ao município. Ainda nessa área do turismo, é a necessidade de Poços se posicionar em relação à reabertura dos cassinos. A minha proposta de audiência pública não encerra minha opinião. Ela quer ouvir a população. Isso pode ser um novo salto de qualidade na vida da cidade.



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