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Poços de Caldas

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Regina Cioffi fala sobre presidência da Câmara, situação no partido e candidatura a prefeita

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Regina Cioffi é a primeira mulher a exercer o cargo de presidente da Câmara em Poços de Caldas.
Regina Cioffi: “É um momento importante para todos”

Dois meses após ser eleita presidente da Câmara Municipal, Regina Cioffi comemora o fato de ser a primeira mulher a assumir o cargo em Poços de Caldas. Em entrevista exclusiva ao Poços Já ela conta os bastidores da eleição, quais serão as primeiras ações como presidente e comenta a possibilidade de se candidatar a prefeita de Poços de Caldas.

Leia a entrevista completa:

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Poços Já: Como a senhora avalia o fato de ser a primeira mulher presidente da Câmara de Poços de Caldas?

Regina Cioffi: Um momento muito importante, não só para mim, enquanto pessoa e política, mas um momento marcante na história do Legislativo de Poços de Caldas. Se nós pensarmos que, não tem tantos anos assim, as mulheres não tinham nem o direito a votar e hoje nós estamos conseguindo cargos relevantes não só na política, mas também em vários setores da sociedade, eu acho que é um momento importante para todos.

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Nós temos que procurar caminhar juntos, mas que as oportunidades sejam iguais para ambos os gêneros para que a gente possa também demonstrar nosso trabalho e colocar a nossa roupagem. Estou muito feliz de representar as mulheres de Poços de Caldas e acho que isso traz uma responsabilidade muito maior na gestão tanto administrativa quanto política.

Poços Já: Foi uma vitória surpreendente, considerando que o PPS não estava oficialmente aliado a nenhum grupo político?

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Regina Cioffi: É um momento que eu busquei muito, desde que eu entrei na Câmara pela primeira vez. Busquei no início dessa legislatura e infelizmente não foi possível. Agora, na verdade eu não estava buscando. Eu achei que seria muito difícil o meu partido, o PPS, que ficou aqui sozinho nesses dois anos, já que politicamente falando eu não estava unida ao DEM e ao PSDB, porque não me abriram espaço, e nem mesmo ao PT, PMDB, ao PSD, porque também não tinha espaço para mim. Achei que jamais conseguiria a presidência da Câmara.

Poços Já: E como foi esse processo?

Regina Cioffi: Eu e o vereador Lical ganhamos a eleição juntos aqui para a Câmara, foi uma coligação proporcional. Tanto é que na votação passada eu contava com o voto dele e perdi por conta do voto dele. Agora um dia antes da eleição ele me procurou e me falou: “Regina, você quer ser presidente da Câmara?” Querer eu quero, mas eu não posso, não vou ser. Estou de boa, calma, tranquila. Ele disse: “Em você eu voto, acho que tenho essa dívida e acho que você vai ser uma presidente boa”.

Na terça-feira eu estava trabalhando e por volta de dez e meia da manhã eu recebi uma ligação. Na minha cabeça, eles iam me chamar para votar no candidato deles. Eu disse que meu voto é branco, já está decidido. Mas aí o Lical me ligou e falou: “Vamos na reunião, você vai ser a presidente”. Entramos no gabinete e estavam prefeito, vice-prefeito, secretário de governo e a situação toda.

Eles perguntaram se eu apoiaria e eu disse que não, que não posso e não vou fazer. Aí o Lical falou que votaria em mim, mas não na situação. Então começaram a conversar comigo e perguntaram se, caso eu fosse a presidente, iria prejudicar o governo. Eu falei que seu eu fosse presidente da Câmara seria da instituição, não seria do PT ou do PMDB. Por dentro eu não aguentaria ingerências do Executivo aqui dentro. Assim como é um absurdo a gente querer fazer ingerências lá. Eu vou dar todo o andamento, temos que trabalhar pela cidade. Não quero que o governo vá mal. Não quero destruir para ganhar em cima disso. Prefiro não ser mais nada do que deixar uma marca de sangue, de destruição, da má política, por onde eu passar. Eles confiaram em mim, não houve nenhuma negociação.

Poços Já: A senhora será candidata a prefeita?

Regina Cioffi: Se eu for candidata, e o Eloísio é candidato à reeleição, eu não vou fazer nada para tripudiar em cima do prefeito, como presidente da Câmara. Tem que ganhar aquele que for melhor, aquele que construir mais, agregar mais, que tiver uma visão melhor para Poços de Caldas. Vamos competir com dignidade dentro do processo democrático, que ainda está crescendo e precisa melhorar muito em termos de visão democrática.

Poços Já: Durante o discurso de posse a senhora reclamou de ameaças dentro do seu partido. O que realmente aconteceu?

Regina Cioffi: Nesse período eu estava recebendo ameaças tentando me forçar a votar no então candidato Antônio Carlos Pereira. Eu respondendo que ele não pediu meu voto, não queria meu voto. Inclusive no dia eu recebi uma ameaça de que estava começando o mensalão em Poços de Caldas. Está tudo registrado no meu celular, como se fizesse negociatas do mais baixo nível. Eu não fiz nada, absolutamente nada. Foi horrível mesmo.

Eu simplesmente continuei no meu nível, tenho que me espelhar em pessoas com nível mais elevado. Tirei um mês de férias, em dois dias parecia que tinha passado um trator em cima de mim. Quando eu voltei as pessoas faziam reportagens comigo, ia para o jornal e recebia mensagens como: “Não adianta você fazer isso comigo, você não me atinge”.

Regina Cioffi: "É um momento importante para todos",
Regina Cioffi é a primeira mulher presidente da Câmara de Poços de Caldas.

Poços Já: Hoje a situação está mais calma?

Regina Cioffi: Estendo a mão a todos que queiram continuar com o projeto de construir uma Poços de Caldas diferente. Não é uma Poços de Caldas para poucos, voltada para o próprio umbigo. Se alguém quiser seguir nesse projeto terá a minha mão. Hoje a situação está mais calma, estou muito tranquila. Tenho apoio integral do estado e do partido nacional, todos estão muito orgulhosos.

Poços Já: O que a senhora pode adiantar que fará enquanto presidente?

Regina Cioffi: Eu vou por mais servidores. Estamos precisando, para dar apoio aos vereadores. Precisamos melhorar nosso controle interno, mas preciso de mais pessoas. Todos os anos a gente devolve sete milhões em média. Por que não podemos dar mais condições aos nossos vereadores para trabalhar? Estou reunindo as assessorias, os vereadores, e se precisar vamos chamar sim. Por que não? A Câmara tem recursos. Vou fazer aquilo que é preciso para que os vereadores tenham condições de exercer o seu papel com dignidade, principalmente pensando em uma Poços de Caldas cada vez melhor.

Poços Já: A senhora solicitou recentemente uma audiência pública para discutir o tratamento de dependentes químicos. Qual a sua opinião sobre o tratamento realizado hoje?

Regina Cioffi: Não podemos mais aceitar esse tipo de tratamento que, a meu ver, na grande maioria dos lugares, fingem tratar os pacientes. Não têm uma equipe multidisciplinar preparada. Tratar dependente químico não é simplesmente fechá-lo em uma clínica e fazer só a psicologia, a questão da religiosidade. Acredito que somos realmente corpo, alma, espírito, mente. Somos um ser totalmente holístico, mas o tratamento não pode ser focado só nesse aspecto. É uma doença, está classificada no CID 10. Precisamos ter em Poços de Caldas uma clínica especializada para que possamos atender o nosso dependente químico. Já fiz um anteprojeto, que está com o prefeito, e já consegui uma área da INB de 14 hectares.

Poços Já: Uma das suas maiores bandeiras é a fiscalização da arrecadação tributária da mineração. De quanto seria o prejuízo neste aspecto?

Regina Cioffi: A CFEM é direito constitucional. Sou a favor de diminuir a tributação em cima da mineração, mas sou a favor do repasse, que é direito do município. No caso da bauxita, 65% ficam para o município, 23% para o Estado e 12% para a União. Temos mais de cem milhões para receber. Fica-se o passivo ambiental e daqui a pouco vão embora. Temos empresas que já foram autuadas em cinco milhões, pelo DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) que, para mim, é um órgão falido, porque tem dois ou três fiscais para Minas Gerais inteiro. Por isso eu fiz um projeto de lei que autoriza, determina, que o município cuide daquilo que é dele, e fiscalize junto com um órgão específico, que é o DNPM. Está na gaveta, não implantam. Aí, em uma audiência pública, vem aqui o secretário da Fazenda dizer que não é importante. O município precisa de recursos.

Poços Já: Pode ser que a Comissão das Águas seja retomada?

Regina Cioffi: Fizemos o diagnóstico das águas nos aspectos físico-químico e biológico. Foi uma maravilha, mas não consegui fazer voltar a comissão agora nesses dois primeiros anos porque isso é uma vontade da presidência da Câmara. Agora estou já vendo com nossas assessorias para voltar. Vamos ter que repassar o diagnóstico, em termos de fazer as medições, e depois vamos fazer o tratamento daquilo que nós encontramos. Com a participação da INB, da CNEN, CMAE, DMAE, Departamento de Meio Ambiente.



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