O julgamento do Caso Pavesi foi transferido para a comarca de Belo Horizonte, de acordo com a decisão publicada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) na terça-feira (7). O pedido de desaforamento foi feito pelo Ministério Público de Poços de Caldas.
As alegações do MP são de que os réus teriam um grande poder econômico e seriam conhecidos na cidade, o que poderia influenciar a decisão do júri popular. Além disso, eles teriam sido beneficiados por uma série de notas divulgadas na mídia local.
De acordo com a assessoria de imprensa do TJMG, o desembargador relator Flávio Batista Leite alegou: “Quando se bombardeia a população leiga com informações de que os médicos já foram julgados e absolvidos por seus conselhos e que ficou provado pelos julgamentos do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais e do Conselho Federal de Medicina que ‘não houve, por parte dos médicos denunciados, nenhuma ação médica no sentido de abreviar ou ceifar vidas humanas’, faz surgir no espírito daquele cidadão a impressão (verdadeira ou errônea, friso que isso ainda não se sabe), de que os acusados são, inexoravelmente, inocentes”.
Os réus que serão julgados em Belo Horizonte, ainda sem data definida, são os médicos Álvaro Ianhez, José Luiz Bonfitto, José Luiz Gomes e Marco Alexandre Pacheco da Fonseca.
O caso
Após cair da altura de 10 metros no ano 2000, o menino Paulo Pavesi foi levado para o Hospital Pedro Sanches. Transferido para a Santa Casa de Poços de Caldas, teve órgãos retirados para transplantes. Segundo a denúncia, não há documento que comprove a morte encefálica do menino. Os médicos Cláudio Fernandes, Celso Scafi e Sérgio Poli foram condenados em primeira instância e recorrem em liberdade, pela retirada ilegal dos órgãos.