O julgamento do Caso Pavesi, que seria realizado nesta quinta-feira (31) em Poços de Caldas, foi adiado. O requerimento partiu do Ministério Público e será julgado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Segundo o promotor Sidnei Boccia, o principal motivo para o pedido é a divulgação de notas na imprensa a favor dos réus. O conteúdo, assinado pela Associação dos Médicos de Poços de Caldas e pelo Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, poderia influenciar a decisão dos 25 jurados presentes. “Influenciam sobremaneira a necessária isenção que os jurados devem ter para julgar o mérito desse processo”, disse o promotor.
A intenção do MP é que o caso seja transferido para a comarca de Belo Horizonte. O juiz da 1ª Vara Criminal de Poços de Caldas, Narciso Alvarenga Monteiro de Castro, deferiu o pedido e marcou uma nova data para o julgamento, dia nove de outubro.
Porém, não há confirmação se essa data será mantida caso ocorra a transferência de comarca. “Para a gente não perder os trabalhos já realizados, eu preferi deixar uma data já marcada para o júri, até para que as testemunhas que compareceram já saiam intimadas”, informou o juiz.
O requerimento ocorre com pedido de urgência, para que o julgamento seja ainda neste ano. Os réus são os médicos Álvaro Ianhez, José Luiz Bonfitto, José Luiz Gomes e Marco Alexandre Pacheco da Fonseca. estiveram
Defesa
Os advogados de defesa lamentaram. “Isso é uma dúvida que é lançada sobre a imparcialidade da comunidade de Poços de Caldas para decidir um caso”, disse Leonardo Bandeira, advogado do médico Álvaro Ianhez.
A tese da defesa é de que não houve homicídio. Os advogados alegam que a causa da morte foi apenas o traumatismo craniano sofrido pela criança. “Pode ser aqui, pode ser em qualquer outra comarca desse país, porque a prova fala por si só e é ela que vai conduzir a absolvição de todos os advogados”, disse Dório Grossi, advogado do médico José Luiz Gomes da Silva.
O caso
Após cair de altura de 10 metros no ano 2000, o menino Paulo Pavesi foi levado para o Hospital Pedro Sanches. Transferido para a Santa Casa de Poços de Caldas, teve órgãos retirados para transplantes. Segundo a denúncia, não há documento que comprove a morte encefálica do menino.
Os médicos Cláudio Fernandes, Celso Scafi e Sérgio Poli foram condenados em primeira instância e recorrem em liberdade, pela retirada ilegal dos órgãos.