O advogado Dório Grossi recebeu a imprensa na tarde desta quarta-feira (7) para uma entrevista coletiva a respeito da audiência realizada ontem. O médico neurologista José Luiz Domingues da Silva é acusado de ter matado o paciente Adeleus Lúcio Rozin, em abril de 2001.
Segundo o advogado, o caso não pode ser considerado homicídio. “Há a inexistência de um crime de homicídio. O que tem no processo é a figura de um médico sério e comprometido que atuou de forma correta, que fez de tudo para salvar a vida de um paciente. Não há outra possibilidade que não seja a inocência”, disse.
O Ministério Público questiona a falta de um laudo que constate a morte encefálica do paciente, já que foram retirados fígado, rins e córneas. Grossi alegou que os laudos constam no processo. “Existem as provas documental e testemunhal”, explicou.
A denúncia ainda questiona a internação do paciente na enfermaria, apesar de ter sofrido um acidente vascular cerebral e ter sido diagnosticado traumatismo craniano. A defesa alega que não havia vagas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa, já que o hospital atende a Poços de Caldas e outras cidades da região. “A responsabilidade dessas mazelas no sistema não pode ser dos médicos. Digo também como cidadão que visualiza a realidade do país”, argumentou o advogado.
O Ministério Público tem dez dias para as alegações finais. Em seguida, as alegações serão enviadas pela defesa. Caso a sentença confirme o julgamento por homicídio, o réu será julgado por um júri popular. Caso contrário, poderá haver a absolvição ou o julgamento por outro crime.