A Polícia Civil apresentou, na tarde desta terça-feira (11), o resultado das investigações a respeito do desaparecimento da funcionária pública Andrea Araújo de Almeida. Cinco pessoas estão presas. Entre elas, o ex-companheiro de Andrea, João Batista dos Reis, 54, conhecido como ‘João do Papelão’. Ele teria mandado matar a mulher, devido ao pagamento de pensão alimentícia e à partilha de bens proposta pelo advogado da vítima.
Andrea pedia na justiça R$5 milhões em bens e R$10 mil por mês de pensão alimentícia. Segundo a Polícia Civil, João do Papelão contratou Ednilson Martins de Souza, o ‘Paulista’, para que matasse Andrea. Porém, Paulista está preso desde o ano passado por tráfico de drogas. Ele teria contratado dois capangas por meio da esposa, Liliane Gonçalves da Silva.
Assim como João e Liliane, os dois capangas também foram presos no dia sete de fevereiro. Eles foram identificados como Luciano Monteiro Santos, vulgo ‘Galego’, e Márcio da Silva Santos, conhecido como ‘Negão’. A dupla saiu da cidade baiana de Cândido Sales para efetuar o crime em Poços de Caldas. Cada um disse ter recebido R$25 mil pelo homicídio.
O crime
Galego e Negão confessaram o crime durante os interrogatórios. Eles foram presos em Cândido Sales (BA). As prisões temporárias foram prorrogadas para que o inquérito seja concluído.
A dupla auxiliou a polícia na reconstituição do crime, realizada na segunda-feira (10). Segundo a Polícia Civil, os executores se hospedaram em um hotel do centro da cidade. Eles saíram em um carro, marca Gol, e se posicionaram em frente à Autarquia Municipal de Ensino, onde Andrea trabalhava. Um vídeo montado com imagens de câmeras de segurança mostra que Andrea sai do trabalho, conversando no celular, e entra no carro. Ela sai e é seguida pelo veículo dos assassinos.
Veja o vídeo:
Os criminosos seguiram a vítima até o bairro Quisisana, onde fecharam o carro e anunciaram o sequestro. Andrea foi levada para o Gol, que seguiu em direção a Palmeiral, distrito de Botelhos. Durante o trajeto, Negão jogou alguns objetos pessoas da vítima na pista. O primeiro foi o aparelho celular, na Fazenda Manacá. Cerca de um quilômetro depois, a dupla também se desfez da bolsa.
Após percorrer mais dois quilômetros, os assassinos decidiram executar o crime em um cafezal. Eles contaram à polícia que disseram para Andrea se ajoelhar, de costas, e que Negão atirou no crânio da funcionária pública. A ossada foi descoberta no dia 23 de janeiro. O material está passando por um exame de DNA.
Após executarem o crime, os dois voltaram para o hotel. No dia seguinte, viajaram para a Bahia. As despesas das viagem foram pagas por João, no valor de R$1,4 mil.
Os criminosos
O empresário João do Papelão teria prometido ainda um terreno ou pagamento em dinheiro ao Paulista, mas a polícia não soube informar o valor exato. Paulista assumiu que conhecia o mandante do crime. “Desde quando eu catava sucata, 12 anos atrás”, disse. Paulista possui prisões anteriores por tráfico de drogas e é suspeito de ter cometido um homicídio no Distrito Federal.
Galego é natural de São Caetano do Sul (SP) e já havia sido preso por roubo. Porém, fugiu após ser beneficiado com uma saída temporária. Ele ainda é acusado de utilizar documentos falsos. Negão é natural de Vitória da Conquista (BA) e é suspeito de ter cometido vários homicídios, além de furtos a caixas eletrônicos e tráfico de drogas.
Liliane não tem passagens pela polícia. Ela conheceu João do Papelão quando trabalhava na casa dele como diarista. Os cinco serão indiciados por homicídio qualificado e sequestro.