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Criança estava viva quando órgãos foram retirados, segundo juiz do Caso Pavesi.

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Juiz Narciso Alvarenga recebeu novas denúncias do Ministério Público
Juiz Narciso Alvarenga recebeu novas denúncias do Ministério Público

O juiz responsável pelo Caso Pavesi, Narciso Alvarenga, explicou à imprensa os motivos que levaram à prisão dos médicos urologistas Celso Scafi e Cláudio Fernandes. Segundo o juiz, os laudos comprovam que o menino Paulo Veronesi Pavesi estava vivo quando teve os rins e córneas retirados, no ano 2000.

A sentença de 18 anos de prisão para Celso e 17 anos para Cláudio foi baseada no atendimento recebido pela vítima nos hospitais Pedro Sanches e Santa Casa, após cair de uma altura de dez metros. De acordo com as normas do Conselho Federal de Medicina, os médicos deveriam ter feito um exame clínico e outro de arteriografia para comprovar a morte cerebral. Porém, o exame clínico foi realizado com o paciente dopado, o que invalida o resultado.

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Além disso, a arteriografia apresentada pela Santa Casa demonstra que havia circulação no cérebro do menino. Também foi decretada a prisão de Sérgio Poli, médico responsável pelo exame. Ele foi condenado a 14 anos e está foragido. O médico teria escrito, no laudo, que Paulo estava “Sem ME” (morte encefálica), mas durante o processo alegou que na verdade se tratava de “em ME” ou “com ME”. De acordo com o juiz, a constatação de que não havia morte encefálica é perfeitamente legível no documento.

Narciso ainda disse que os réus tinham plena consciência de que estavam retirando órgãos de uma criança viva. Ele não quis gravar entrevista devido à orientação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

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Médicos foram presos na noite de quinta-feira (6).
Médicos foram presos na noite de quinta-feira (6).

Outros casos

Além da morte do menino de dez anos, há oito casos da chamada “Máfia dos Transplantes” sendo investigados. O Ministério Público enviou hoje ao Fórum dois desses casos, com o indiciamento de outros médicos. Entre eles, estão o ex-secretário municipal de saúde Júlio Balducci e o presidente da Associação dos Médicos de Poços de Caldas, Paulo Negrão.

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A conexão entre os casos foi citada na sentença. O juiz ainda pede ao Tribunal de Justiça que tome providências em relação aos indícios de atividades ilícitas do deputado estadual Carlos Mosconi (PSDB). Ele seria o criador da MG-Sul Transplantes, responsável pelos procedimentos.

Em fevereiro do ano passado, já haviam sido condenados os médicos Celso Scafi, Cláudio Fernandes, João Brandão e Alexandre Zincone. Eles responderam pela morte do pedreiro José Domingos de Carvalho, em 2001, na Santa Casa.

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