Alunos da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e familiares fizeram uma manifestação silenciosa em frente ao Espaço Cultural da Urca, durante a manhã desta terça-feira (20). O objetivo é sensibilizar autoridades e profissionais da educação para a votação do Plano Nacional da Educação (PNE), em tramitação no senado, cujo texto obriga portadores de deficiência a estudarem exclusivamente em escolas públicas, com o término dos convênios com Apaes, Pestalozzis e outras instituições de educação especial a partir de 2018.
Os manifestantes levaram cartazes e fizeram um cordão na entrada do local. Cerca de 100 pessoas participaram do protesto. Uma delas é a Rita Marques, mãe de um rapaz de 27 anos com paralisia cerebral. Ele frequenta a Apae desde os três anos. “Quando entrou ele não andava e não falava. Hoje ele anda, fala, é bem inteligente. Para a nossa família, a Apae é muito importante. Com o comprometimento dele, não dá para frequentar uma escola regular”, diz a mãe.
Rosilene Torres é mãe de uma menina de sete anos, portadora de Síndrome de Down. A criança frequentou a Apae durante sete meses, antes da família se mudar para São Sebastião do Paraíso (MG), onde teve que ser matriculada em uma escola regular. Há três meses, os pais voltaram para Poços de Caldas. “O desenvolvimento dela na escola não foi igual ao aqui na Apae. Três meses que ela está aqui na Apae nem se comparam a um ano que ela ficou na escola regular. Por mim, eu a deixaria só na Apae”.
Poder Público
O local está recebendo a Conferência Municipal da Educação, que é uma etapa preparatória para a Conferência Nacional de Educação (Conae), que será realizada em fevereiro de 2014. A secretária Municipal de Educação, Maria Cláudia Prézia Machado, esteve na Conae de 2010, em Brasília, e acredita que a mudança no PNE ocorre devido a um pensamento de que o dinheiro público deve ser direcionado exclusivamente para as escolas públicas.
Em Poços de Caldas, o atendimento aos surdos é feito por uma escola municipal, a Tarso de Coimbra. O restante é promovido por meio de convênios. “Eu não acredito que ninguém vá acabar com o trabalho das escolas do contraturno. A Apae tem o seu lugar determinado, que é no apoio ao trabalho da escola regular. Essa questão de convênios está sendo discutida como um todo”, explica a secretária.