As audiências de instrução e julgamento do caso Pavesi continuam nesta quinta-feira (01). Serão ouvidas mais testemunhas e depois os réus. Os médicos Celso Roberto Frasson Scafi, Cláudio Rogério Carneiro Fernandes e Sérgio Poli Gaspar são acusados de terem retirado os órgãos de Paulo Veroseni Pavesi quando o menino de dez anos ainda estava vivo, no ano 2000.
O médico Cláudio Rogério Carneiro Fernandes negou as acusações, em declaração à imprensa. “Estou muito tranquilo, vim aqui para provar minha inocência em definitivo”.
Os depoimentos que começaram na tarde de ontem terminaram por volta de uma hora da madrugada. A testemunha mais relevante foi uma enfermeira do hospital Pedro Sanches. Ela disse que o exame de arteriografia não diagnosticou a morte encéfalica, o que contraria o exame realizado no hospital da Santa Casa de Poços de Caldas.
O caso
Após cair de altura de 10 metros, o menino foi levado para o Hospital Pedro Sanches. Transferido para a Santa Casa de Poços de Caldas, teve os órgãos retirados após o diagnóstico de morte encefálica. As córneas do menino foram transplantadas na cidade de Campinas (SP), procedimento contrário à legislação, que determina que as doações sejam feitas em Minas Gerais. O promotor Daniel Ribeiro Costa diz que há doações de cerca de R$500 vindas de pessoas que receberam os órgãos, o que seria um indício de comercialização.
Outros casos
Celso Scafi e Cláudio Fernandes foram condenados, em fevereiro deste ano, pela morte do pedreiro José Domingos de Carvalho, que morreu em 2001, na Santa Casa de Poços de Caldas. Eles recorreram da decisão e respondem ao processo em liberdade. Também foram condenados João Alberto Góes Brandão e Alexandre Crispino Zincone. Apesar de terem sido impedidos de atuar pelo Sistema Único de Saúde (SUS), os quatro conseguiram autorização para voltar aos trabalhos, desde o mês de março.