Reformado recentemente, o Palace Casino já é alvo de vandalismo . Em uma das portas laterais, no setor em frente ao Palace Hotel, já é possível ver uma assinatura pintada em azul. O problema também ocorre em diversos pontos do centro da cidade, em prédios que fazem parte do patrimônio histórico local.
A responsabilidade por esse tipo de fiscalização é da Guarda Municipal. A GM tem 114 guardas disponíveis, mas cerca de dez estão de férias em cada mês. Eles se revezam em 16 postos de trabalho diurnos e sete postos com vigilância constante. Mas esse efetivo não é suficiente para inibir os pichadores. “A parte traseira do Palace é vigiada 24 horas, com base permanente. Porém, essa área da porta pichada foge aos olhos do guarda”, diz o diretor da GM, Inspetor Robert Garcia.
Outros pontos
Um passeio por pontos turísticos e prédios históricos de Poços de Caldas é cheio de exemplos de pichações. O monumento à bandeira, ao lado do teleférico, está pichado. Assim como o muro atrás do Espaço Cultural da Urca, as paredes do banheiro na Praça do Museu e a caixa d’água que pertencia à Companhia Mogiana, próxima à Estação Fepasa.
O diretor da GM conta que, por enquanto, a situação não vai mudar. Mas há um plano de implantação de câmeras de segurança e de uma viatura que fique à disposição para atendimento destes casos. Além disso, um concurso público está previsto para o segundo semestre deste ano, com contratação de 40 guardas.
Arte
Enquanto a fiscalização não é efetiva, educação e arte podem ajudar a resolver o problema. O muro lateral do Espaço Cultural da Urca foi pintado por alunos do projeto Memória, Arte e Cidadania, em julho do ano passado. Com a coordenação da fotógrafa e arte-educadora Daniela Marco Antonio Alvisi, os estudantes utilizaram imagens referentes a espaços públicos de Poços de Caldas. Deste então, ele não foi mais pichado.
Porém, o muro ao lado, atrás da Urca, é alvo de pichação. A única parte livre do vandalismo foi pintada pelo grafiteiro Diego Augusto de Souza Silva e pelos participantes de uma oficina de grafite durante o Corrente Mostra, neste mês de julho.
Diego e Daniela concordam que o grafite é aceito pela sociedade e também pelos pichadores. Porém, eles discordam quanto à pichação ser considerada crime.
Para Diego, os pichadores e grafiteiros tem a mesma necessidade de expressão. O grafite é considerado uma evolução, para a qual partem os pichadores com talento para o desenho. Sobre a porta pintada no Palace Casino, ele tem uma opinião polêmica. “Os jovens querem ver a cidade com a cara deles, e não com a cara da burguesia, que tem nome e sobrenome. Eles picham para se expressarem, assim como os grafiteiros. A diferença é que o grafite consegue cativar a sociedade”.
Por outro lado, Daniela ensina os alunos a respeitarem o patrimônio. “É pura falta de informação. Ensino que o patrimônio público é deles, que o dinheiro para reparação do vandalismo não sai do bolso do prefeito, mas dos cofres públicos. O grafite tem o envolvimento do público que a princípio seria o detonador desse tipo de comportamento, além de ser um tipo de arte que todo mundo gosta”.