![Buraco começou após chuva forte](https://site1379093645.hospedagemdesites.ws/wp-content/uploads/2013/10/DSC_1594-500x333-300x199.jpg)
“Está todo mundo revoltado”. Essas são as palavras do comerciante Thiago Capobianco, que tem um supermercado em frente à Avenida Irradiação, bairro Quisisana. O local se transformou em uma enorme cratera em janeiro deste ano, quando parte do asfalto cedeu devido ao rompimento da tubulação.
Thiago conta que o lucro nunca mais foi o mesmo. Desde que o trânsito ficou impedido no local, os fregueses diminuíram cerca de 50%. “Tem muita gente que passava aqui todo dia e agora só vem no final de semana. Quando a gente pergunta o por quê, dizem que é por causa da cratera, que agora tem que dar uma volta muito grande para chegar.”
O comerciante também está preocupado com a possibilidade de acidentes graves, principalmente com crianças. “Em dias de sol, é comum ver meninos e meninas brincando aqui, correndo e soltando pipa”.
Quem compartilha dessa preocupação é a funcionária pública Viviane de Jesus da Silva, que mora no bairro. “Não tem mais calçada para os pedestres. É ainda mais perigoso para quem vai buscar o filho na creche e tem que passar aqui. Com a chuva, o buraco vai aumentando. Até onde vai? A gente não sabe.”
Além disso, a imprudência no trânsito é evidente. Em apenas trinta minutos no local, a reportagem do Poços Já flagrou diversos motociclistas rompendo o isolamento e passando pela lateral. Os moradores contam que algumas motos já caíram no buraco.
![Apesar do isolamento, motociclista passa pela lateral da cratera](https://site1379093645.hospedagemdesites.ws/wp-content/uploads/2013/10/DSC_1580-500x301-300x180.jpg)
Demora
Apesar do problema ter ocorrido há quase sete meses, as obras ainda não foram iniciadas. De acordo com o secretário municipal de Obras, Aldo Foltz Hanser, a demora ocorreu porque foi preciso fazer um projeto de redimensionamento, para avaliar qual seria o tamanho ideal do novo tubo.
O secretário adianta que o trabalho deve começar no mês de agosto. A licitação seria concluída no dia oito de julho, mas uma das empresas participantes contestou o resultado. Ele não soube dizer detalhadamente o motivo, mas assegura que o processo termina ainda neste mês.
Aldo explica que a tubulação era de metal, material inapropriado para esse tipo de obra, onde há a junção de dois córregos. Os novos tubos serão de concreto. Outros locais da cidade, como o rio próximo à Escola Estadual Francisco Escobar, tem o mesmo problema. Por isso, é feita uma verificação a cada cinco anos ou mais, de acordo com a situação.
![](https://site1379093645.hospedagemdesites.ws/wp-content/uploads/2013/10/DSC_16021-500x333-300x199.jpg)
Enchentes
As obras são necessárias também para evitar que a água invada as casas vizinhas. Com a tubulação destruída, as enchentes se tornaram mais frequentes e agressivas. O aposentado Loir da Silva mora na Avenida há 44 anos e conta que nunca teve tanto prejuízo.
No início do ano, a garagem da casa dele foi tomada pela água, que subiu cerca de meio metro. No local, havia um jipe e um carro. O motor do jipe ficou estragado e o prejuízo no outro veículo também foi grande. “Minha irmã pagou R$250 para limpar o carro. Tivemos que tirar a água com caneca. Das outras vezes vinha muita sujeira, mas só. Faz 44 anos que moro aqui e nunca houve uma enchente tão grande. Eu já perdi as esperanças.”