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COVID-19 | Novo estudo alerta para possibilidade de subnotificação no Sul de Minas

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Novos mapas produzidos pelo Grupo de Estudos em Planejamento Territorial e Ambiental do IF Sul de Minas (Geplan), divulgados na terça-feira (5), chamam a atenção para a possibilidade de subnotificação no número de casos e mortes pelo novo coronavírus na região. A pesquisa traz também um alerta sobre os riscos para os idosos, após a flexibilização das medidas de isolamento com a reabertura do comércio e serviços. O novo estudo ainda atualiza os impactos das rodovias no aumento dos casos.

mortes covid versus doencas respiratorias

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Para a elaboração dos mapas, os representantes do Geplan utilizaram dados divulgados pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública (Coes Minas), pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, pelo Governo do Estado de São Paulo, além de informações do Portal da Transparência de Registro Civil e da malha digital e do censo demográfico do IBGE. A análise foi coordenada pelo doutor Sérgio Henrique de Oliveira Teixeira, do curso de Licenciatura em Geografia do campus Poços de Caldas, com apoio de docentes e alunos integrantes do Geplan.

O mapa acima compara o número de mortes por doenças respiratórias e o número de mortes por covid-19 (mortes confirmadas e suspeitas) na região Sul/Sudoeste de Minas Gerais, no período entre 8 de março e 3 de maio de 2020. Os dados referentes aos óbitos causados por doenças respiratórias por município foram coletados no Portal da Transparência de Registro de Óbitos. O período escolhido para o estudo abrange a data do primeiro caso confirmado em Minas Gerais (em Divinópolis) e a mais recente data escolhida para se traçar o comparativo.

De acordo com o professor, o elevado número de óbitos por doenças respiratórias pode ser um importante indício de subnotificação. As cidades de Poços de Caldas, Pouso Alegre e Varginha, por exemplo, que são as três maiores do Sul de Minas, registram de 1 a 5 mortes pela covid-19. No entanto, possuem entre 35 e 64 mortes por doenças respiratórias. “Diante do reconhecimento das autoridades científicas e do meio midiático sobre o alto índice de subnotificações de casos do novo coronavírus no Brasil, os números de óbitos por doenças respiratórias mostram-se bem elevados e motivo de alerta. Tais mortes, cujo diagnóstico se deu por doenças respiratórias, pode possivelmente se tratar de mortes decorrentes pela covid-19, mas que não foram devidamente reconhecidas como tal. Assim, o mapa pode servir de evidência para o alto índice de subnotificação constatado no Brasil, fato presente devido a alguns fatores, dentre estes, a escassez de testes rápidos e a pequena realização destes sobre ampla população”, destacou o professor.

Sérgio comentou que a subnotificação contribuiu para as medidas de flexibilização da quarentena e do isolamento social e para a abertura gradativa dos comércios pelas gestões estaduais e municipais. O docente mencionou que a análise do mapa será importante para a verificação do avanço de mortes por outras causas, devido à falta de atendimento hospitalar adequado, diante da ocupação de leitos por contaminados pela covid-19. O mapa do Geplan reforça ainda que os municípios fronteiriços às principais rodovias que cortam o Sul/Sudoeste de Minas apresentam um maior número de mortes por doenças respiratórias. São as situações de Pouso Alegre, Poços de Caldas, Itajubá, Varginha e São Sebastião do Paraíso. A hipótese levantada pelo Grupo de Estudos é a de que as rodovias são os principais eixos de dispersão da doença na região.

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